Dirigido por Yasmin Thayná e Jorge Furtado, o filme conta a história das primeiras psicanalistas do Brasil, interpretadas por Sophie Charlotte e Gabriela Correa
Novo longa-metragem dirigido por Yasmin Thayná e Jorge Furtado, “Virgínia e Adelaide” tem cartaz e teaser divulgados na semana da estreia em Gramado. O pôster bordado a mão é um trabalho de Mitti Mendonça, artista gaúcha residente de Porto Alegre. O filme terá sua première mundial na 52ª edição do festival, após a homenagem a Jorge Furtado, que completa 40 anos de carreira. A sessão hors concours, escolhida para encerrar o evento cinematográfico, acontece hoje, 16 de agosto, às 18h, no Palácio dos Festivais. Além dos diretores, as protagonistas Sophie Charlotte e Gabriela Correa e a produtora Nora Goulart também estarão presentes. O longa foi produzido pela Casa de Cinema de Porto Alegre, com coprodução da Globo Filmes e GloboNews, e distribuição da H2O Films.
Através de uma linguagem ficcional, ilustrada por arquivos documentais, “Virgínia e Adelaide” narra o encontro de duas mulheres que inauguraram a psicanálise no Brasil. Em 1936, a psicanalista alemã Adelaide Koch, interpretada por Sophie Charlotte, escapa da perseguição nazista aos judeus fugindo para o Brasil. No ano seguinte, conhece Virgínia Bicudo, jovem pesquisadora negra vivida por Gabriela Correa, que se tornaria sua primeira paciente e a primeira psicanalista brasileira. A entrega das protagonistas foi exaltada por ambos os diretores. “Não canso de me espantar com o trabalho da Gabriela e da Sophie no filme, é comovente ver duas grandes atrizes em ação. ‘Não há paisagem como o rosto humano’”, comenta Furtado, que também assina o roteiro do filme, com a colaboração de Thayná. A codiretora complementa: “Foi muito gratificante estar diante de uma dramaturgia muito bem escrita ganhando vida por meio dessas atrizes. Uma oportunidade gigante para mim ter dirigido elas”.
“Virgínia e Adelaide” marca a estreia de Yasmin na direção de um longa-metragem. Eleita pela revista Forbes como um dos 90 jovens abaixo dos 30 anos mais brilhantes do país, a cineasta vive sua estreia em Gramado ao lado de um dos nomes mais premiados do audiovisual brasileiro. “Foi como se eu estivesse completado um ciclo muito potente. O meu primeiro desejo profissional veio quando eu assisti uma obra audiovisual escrita pelo Jorge, “Cidade dos Homens”, e agora eu pude dirigir um filme junto com ele”, conta Thayná. “Foi uma experiência muito importante para mim porque pude experimentar um novo modelo de produção, e modelos de produção afetam diretamente a criação”.
Do outro lado, Furtado já tem uma extensa trajetória profissional consolidada. Ao longo de duas décadas de carreira, assinou a direção e roteiro de trabalhos reconhecidos internacionalmente. Suas obras já passaram por mostras de retrospectiva na Alemanha, Holanda, Japão, Portugal, França, Inglaterra e Estados Unidos. Nesta edição do Festival de Gramado, o cineasta inclui mais uma homenagem em seu currículo, com o Troféu Eduardo Abelin, que será entregue ao diretor antes da exibição de seu novo longa-metragem.
“É um grande prazer e uma honra poder contar a história destas duas mulheres extraordinárias, Virgínia e Adelaide, a história de um encontro que produziu algo de bom. Este filme conta a história deste encontro e é o resultado de um encontro, meu com a Yasmin, uma jovem e muito talentosa diretora. Aprendi muito com ela neste processo, demos o melhor de nós, espero que a gente volte a trabalhar juntos logo que possível”, encerra o diretor homenageado. O filme tem data de estreia nos cinemas prevista para o primeiro semestre de 2025.
Sinopse
Virgínia Bicudo, mulher negra, professora universitária e pioneira dos estudos sobre racismo no Brasil, torna-se a primeira paciente de Adelaide Koch, mulher judia, médica e psicanalista, que se muda para São Paulo em fuga da Alemanha nazista. Juntas, participam da fundação da psicanálise no país, abrindo espaço para as que vieram depois.