Todo Dia é Dia de Feira (por Peter P. Douglas)

Todo Dia é Dia de Feira (2023), longa-metragem documental brasileiro, distribuído pela Califórnia Filmes, estreia, oficialmente, nos cinemas brasileiros, a partir do dia 03 de abril de 2025, com classificação indicativa livre e 77 minutos de duração.

Dirigido por Silvia Fraiha, é um documentário que mergulha nos bastidores das feiras livres cariocas, revelando as histórias de luta, superação e resistência de quatro feirantes: Arnaldo, Luiz, Fernando e Cristina.

Com uma abordagem intimista e pessoal, Fraiha narra o filme em primeira pessoa, explorando não apenas o cotidiano desses trabalhadores, mas também as conexões humanas que surgem entre feirantes e clientes.

O documentário se destaca por sua capacidade de capturar a essência das feiras livres como um símbolo da cultura popular brasileira, ao mesmo tempo em que expõe as dificuldades enfrentadas por mais de 8 mil famílias que dependem desse comércio para sobreviver.

A cinematografia é vibrante, com imagens que retratam as barracas coloridas, os aromas característicos e a energia única das feiras. Além disso, o filme aborda questões sociais importantes, como a desigualdade e a concorrência desleal com supermercados, oferecendo um retrato honesto e sensível dessa realidade.

No entanto, o longa pode ser visto como um tanto limitado em sua abordagem, já que foca principalmente em histórias individuais e deixa de explorar mais profundamente as políticas públicas ou soluções para os desafios enfrentados pelas feiras livres. Ainda assim, o carisma dos personagens e a paixão da diretora pelo tema tornam o documentário uma experiência envolvente.

Em resumo, “Todo Dia é Dia de Feira” é uma celebração das feiras livres como espaços de convivência, resistência e cultura, ao mesmo tempo em que lança luz sobre as dificuldades enfrentadas por aqueles que mantêm essa tradição viva. É uma obra que emociona e faz refletir, sendo uma contribuição valiosa para o cinema documental brasileiro.