Teleférico do Amor (por Peter P. Douglas)

            Teleférico do Amor (Gondola, 2023), longa-metragem romântico, coproduzido entre Alemanha e Geórgia, distribuído pela Pandora Filmes, estreia, oficialmente, nos cinemas brasileiros, a partir do dia 05 de junho de 2025, com classificação indicativa 12 anos e 81 minutos de duração.

            Era uma vez, um cenário de beleza indescritível, localizado em um vale verdejante nas deslumbrantes montanhas da região de Adjara, na Geórgia, servido por um pitoresco teleférico que conectava as encantadoras vilas de Khulo e Tago. E era uma vez, um diretor alemão, Veit Helmer, que apaixonado pelo cinema mudo e poético, já havia chamado a atenção do público por seu filme anterior “De Quem É O Sutiã?” (2018). A mistura desses dois ingredientes originou “Teleférico do Amor” uma comédia cintilante, romântica, burlesca e altamente original.

            Às vezes, na vida, quando cruzamos o caminho de alguém, um simples olhar pode dizer muito. Assim acontece com Nino (Nini Soselia) e Iva (Mathilde Irrmann), duas jovens cujos destinos se entrelaçam repetidamente. Inicialmente cúmplices em pequenas travessuras, compartilhando sonhos e diversão, elas gradualmente desenvolvem uma atração irresistível. Como condutoras de teleférico, sempre vestidas como aeromoças, encontram-se constantemente — quando uma sobe, a outra desce, cruzando-se pelo caminho, suspensas no céu.

            Esse ciclo de encontros passageiros, somado ao marasmo da rotina — com poucos passageiros além de camponeses, uma senhora idosa, duas crianças e até um caixão — e a presença de um chefe ciumento e autoritário (Zviad Papuashvili), cria o cenário ideal para o anseio por algo extraordinário. Assim, impulsionada pelo tempo e pelo próprio mecanismo do teleférico, a paixão entre elas floresce de forma inevitável e envolvente.

            Repleto de genialidade e poesia, o filme aproveita de maneira excepcional seu espaço restrito — os táxis e as estações em cada extremidade da linha — e, ao mesmo tempo, a vastidão do céu e a imponência da paisagem natural. Com uma narrativa simples, conduzida por variações ternas e cômicas inspiradas na tradição do pastelão mudo, o diretor se destaca ao transformar cada elemento ao seu redor em parte essencial da história.

            O resultado é uma experiência cinematográfica envolvente, marcada por um trabalho sonoro primoroso, com trilha composta por Sóley Stefansdottir e Malcolm Arison, e pelo magnetismo expressivo das duas protagonistas. Tudo converge para uma celebração vibrante e atemporal da liberdade — de amar quem queremos e de fazer os filmes que quisermos — capaz de encantar espectadores de todas as idades.

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