Sorria 2 (por Peter P. Douglas)

            Sorria 2 (Smile 2, 2024), longa-metragem estadunidense de terror, distribuído pela Paramount Pictures, estreia, oficialmente, nos cinemas brasileiros, a partir do dia 17 de outubro de 2024, com classificação indicativa 18 anos e 127 minutos de duração.

            Sequência que tenta equilibrar o legado de seu antecessor com a ambição de expandir sua mitologia. Dirigido por Parker Finn, retoma a perturbadora “maldição do sorriso”, mas desta vez, a narrativa se desenrola em torno da estrela pop Skye Riley, interpretada por Naomi Scott. A trama segue Skye enquanto ela luta para escapar das garras da maldição que a assombra com visões macabras e alucinações, ameaçando sua sanidade e carreira. A decisão de situar a maldição dentro do mundo do estrelato pop é uma jogada interessante, proporcionando um comentário sobre a pressão e o isolamento enfrentados por figuras públicas.

            A direção de Finn e a cinematografia de Charlie Sarroff criam uma atmosfera que oscila entre o desconforto e o surreal, com uma estética que mistura o terror com elementos pop. A sequência se beneficia de uma liberdade narrativa maior, permitindo-se ser mais alucinante e sangrenta, e menos preocupada em explicar os conceitos da maldição do que o filme original. Isso resulta em uma experiência divertida e intensa, embora às vezes possa parecer que o filme está tentando compensar a falta de substância com mais estilo.

            A narrativa, embora criativa, às vezes se perde em sua própria extravagância, deixando o público desejar uma exploração mais profunda dos temas de saúde mental que apenas esboça. Além disso, a repetição de certos elementos narrativos do primeiro filme pode deixar uma sensação de déjà vu, apesar das tentativas de inovar dentro dos limites do gênero. A performance de Naomi Scott se destaca, pois, a atriz transformou uma personagem irritante em alguém que podemos até sentir empatia.

            Em termos de produção, faz um uso eficaz de sua trilha sonora e design de som para amplificar a tensão e o horror, com momentos de jumpscare que são bem executados, mas que podem se apoiar demais em clichês do gênero. A estética visual é marcante, com referências claras a ícones da cultura pop, mas mantém um senso de originalidade que ajuda o filme a se destacar.

            Resumindo, “Sorria 2” é uma sequência que oferece uma experiência de terror envolvente com uma protagonista que pode ser carismática para alguns, mas nem tanto para outros. Embora possa não ser tão inovador quanto poderia ser em termos de narrativa e desenvolvimento temático, ele consegue entreter e perturbar, o que, para muitos fãs do gênero, será mais do que suficiente. Com seu final apoteótico, aqueles que procuram uma continuação que honre o espírito do original, ao mesmo tempo que traz novos elementos para a mesa, provavelmente encontrarão muito o que gostar aqui.

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