Santino (por Peter P. Douglas)

            Santino (2023), longa-metragem nacional documental, distribuído pela Livres Filmes, estreia, oficialmente, nos cinemas brasileiros, a partir do dia 14 de novembro de 2024, com classificação indicativa livre e 88 minutos de duração.

            Documentário dirigido por Cao Guimarães que acompanha a vida de um homem singular, Santino Lopes Araújo, e de sua família, na bacia do Rio São Francisco, em Minas Gerais, região de paisagens mágicas que inspiraram o escritor Guimarães Rosa em “Grande Sertão: Veredas”. Santino é um ativista dedicado à preservação das veredas, ameaçadas por predadores ambientais. O filme explora a conexão espiritual e mística de Santino com a natureza, destacando suas tradições e crenças e como elas influenciam a comunidade local.

            A direção de Cao Guimarães é competente, seja acompanhando Santino em seu dia a dia, ou ao explorar as tradições e crenças que permeiam a vida dos habitantes locais. A conexão espiritual de Santino com a natureza é apresentada de maneira autêntica e comovente. A câmera se torna um olhar indiscreto, registrando os gestos, as palavras e as interações do protagonista com o ambiente ao seu redor. O diretor evita julgamentos e se coloca como um observador atento, permitindo que o público construa sua própria compreensão sobre a figura de Santino.

            O documentário aborda temas importantes como a degradação ambiental, a educação ambiental e o empoderamento comunitário. A luta de Santino contra grandes projetos de exploração e sua defesa das veredas são destacadas de forma impactante.

            Mas apesar de suas qualidades, o ritmo um pouco lento e a falta de uma narrativa mais estruturada podem desagradar aqueles que buscam uma trama mais dinâmica. Além disso, a ausência de entrevistas com outras pessoas da comunidade pode limitar a compreensão do contexto social em que Santino vive.

            Em resumo, “Santino”, apesar de alguns tropeços, é um documentário que nos convida a desacelerar, a observar e a apreciar a beleza da vida simples. É um filme que nos inspira a buscar uma conexão mais profunda com a natureza e com nós mesmos.

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