Partiu América (por Peter P. Douglas)

            Partiu América (2022), longa-metragem nacional de comédia, estreou, no catálogo brasileiro da Netflix, no dia 14 de maio de 2024, com classificação indicativa 12 anos e 100 minutos de duração.

            O longa segue a jornada de Matheus, interpretado por Matheus Ceará, proprietário de um parque de diversões modesto que sonha em visitar os famosos parques temáticos dos Estados Unidos, uma paixão que ele compartilha com sua esposa Maria Caranguejo e com seus filhos, Flórida e Stevenspilbi, cujos nomes são homenagens ao mundo mágico dos parques e ao icônico diretor de cinema Steven Spielberg. A narrativa se desenrola quando ele e sua família (interpretados por Priscila Fantin, Luara Fonseca e Gabriel Palhares) têm a chance de realizar esse sonho, mas as coisas não saem como planejado. A premissa, embora simples, oferece um terreno fértil para a comédia e o drama familiar que tenta capturar a essência das aspirações e sonhos de uma família do interior do Nordeste.

            A direção de fotografia e a produção do filme também foram alvos de críticas. Alguns espectadores expressaram descontentamento com a fotografia e o figurino, considerando-os abaixo das expectativas para uma produção cinematográfica contemporânea. Além disso, a representação dos personagens foi vista por alguns como um reforço de estereótipos negativos, não apenas em relação à cultura nordestina, mas também em comparações culturais forçadas entre Brasil e Estados Unidos.

            Por outro lado, há quem defenda o filme por seu valor de entretenimento e pela valorização da cultura brasileira. Comentários positivos destacam a performance de Gabriel Palhares e a presença de críticas sociais embutidas na narrativa. Alguns críticos elogiaram o filme por ser uma comédia familiar divertida e por apresentar uma visão otimista da cultura e das tradições brasileiras.

            Em resumo, “Partiu América” é um filme que divide opiniões. Enquanto alguns o veem como uma celebração da cultura brasileira com uma mensagem positiva, outros o criticam por perpetuar estereótipos e por falhas técnicas e narrativas. Essa divisão reflete um desafio comum no cinema nacional: equilibrar a representação cultural com o entretenimento e a crítica social. O filme, dirigido por Rodrigo César, é uma adição intrigante ao panorama do cinema brasileiro, que continua a evoluir e a provocar discussões importantes sobre identidade, representação e arte.

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