(Um filme que prometia algo, mas que entregou foi nada)
O Exorcismo (The Georgetown Project AKA The Exorcism, 2024), longa-metragem estadunidense de terror, distribuído pela Imagem Filmes, estreia, oficialmente, nos cinemas brasileiros, no dia 01 de agosto de 2024, com classificação indicativa 16 anos e 95 minutos de duração.
A narrativa começa com uma premissa intrigante: um filme de terror sobre exorcismo está sendo gravado, e o ator principal, interpretado por Russell Crowe, luta para entregar uma performance convincente enquanto enfrenta uma série de contratempos sinistros no set.
Dirigido por Joshua John Miller, o filme tenta homenagear o clássico “O Exorcista”, mas se perde em uma execução falha e desorganizada. A ideia de explorar os bastidores de um filme dentro de um filme é interessante e poderia oferecer uma reflexão sobre a natureza do terror e a influência da ficção na realidade.
No entanto, o filme falha em desenvolver essa premissa de maneira satisfatória. A trama evolui de forma desordenada, com uma edição que compromete a fluidez da história e subtramas que não conseguem envolver o espectador. O ritmo é inconsistente, alternando entre momentos de tensão mal construída e sequências que deveriam ser impactantes, mas que acabam não entregando o suspense necessário para um filme de terror. Os efeitos visuais, gerenciados por Nico Del Giudice, são subutilizados e não compensam as falhas narrativas.
Russell Crowe, um ator comprovadamente talentoso, esforça-se para dar vida a Anthony Miller, um ator em decadência que busca redenção em um papel desafiador. Sua atuação é um dos poucos pontos positivos do filme, mas mesmo seu desempenho não é suficiente para salvar o projeto de suas numerosas falhas. Ryan Simpkins, que interpreta a filha preocupada do protagonista, também entrega uma atuação sólida, mas é prejudicada por um roteiro que não lhe dá espaço suficiente para brilhar.
A mitologia em torno do demônio Moloch é mal explorada, deixando muitas perguntas sem resposta e diminuindo o impacto que a entidade poderia ter tido. O filme também sofre com uma série de clichês do gênero, que são utilizados sem a devida criatividade ou inovação. Os sustos são previsíveis e não conseguem provocar uma verdadeira sensação de medo, o que é fatal para um filme que se propõe a ser um thriller sobrenatural.
Em resumo, “O Exorcismo” é um exemplo de como uma boa ideia pode ser mal executada. Apesar de contar com um elenco de protagonistas competente e coadjuvantes de primeira linha (Sam Worthington, Chloe Bailey, Adam Goldberg e David Hyde Pierce) somado a uma premissa inicialmente promissora, o filme não consegue entregar uma experiência de terror coesa ou memorável. É uma oportunidade perdida, que poderia ter oferecido uma nova perspectiva sobre um tema tão explorado quanto o exorcismo, mas que, em vez disso, se torna apenas mais um entre tantos filmes esquecíveis do gênero.
Compartilhe