(Quando as comunidades indígenas perdem seu senso de pertencimento)
O Contato (2023), longa-metragem documental nacional, distribuído pela Pipa Pictures, estreia, oficialmente, nos cinemas brasileiros, no dia 15 de agosto de 2024, com classificação indicativa 14 anos e 84 minutos de duração.
Dirigido por Vicente Ferraz, o documentário revela a diversidade cultural da região Cabeça do Cachorro, no Amazonas, onde 23 grupos étnicos falam 18 línguas diferentes. Foca-se em três etnias (Arapaso, Hupda e Yanomami) e suas interações com colonizadores brancos, refletindo sobre a Crise Yanomami e os desafios enfrentados, como doenças e desnutrição.
A narrativa aborda a persistente influência dos colonizadores, exemplificada na figura histórica de Manduca Albuquerque e nas atuais atividades de garimpeiros e madeireiros. Através de histórias pessoais, como a de uma mãe Arapaso em busca de ajuda para sua filha e a preservação da memória de um líder Yanomami, o documentário destaca as mudanças e resistências culturais desses povos.
Falado nas línguas nativas, o filme sublinha as singularidades de cada etnia. O filme aborda como comunidades mantêm suas tradições ou se adaptam às influências externas, concluindo que todas, de alguma forma, passam por transformações. O diretor destaca essa inevitabilidade da mudança através do contato com o mundo exterior, seja na moda, tecnologia ou religião.
Em suma, “O Contato” aborda a história de diversas tribos, em um documentário que apresenta propositalmente ritmo lento, e que exige atenção aos detalhes para uma compreensão plena. Embora requeira paciência, é uma excelente oportunidade para explorar aspectos menos conhecidos do Brasil.
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