Não Solte! (por Casal Doug Kelly)

            Não Solte! (Never Let Go, 2024), longa-metragem estadunidense de suspense dramático, distribuído pela Paris Filmes, estreia, oficialmente, nos cinemas brasileiros, a partir do dia 31 de outubro de 2024, com classificação indicativa 16 anos e 101 minutos de duração.

            Dirigido por Alexandre Aja, apresenta uma premissa intrigante que explora os limites da fé e da sobrevivência em meio a uma possível ameaça sobrenatural. O filme segue a história de June, interpretada, pela vencedora do Oscar, Halle Berry, uma mãe determinada a proteger seus filhos gêmeos, Nolan (Percy Daggs IV) e Samuel (Anthony B. Jenkins), enquanto o mundo lá fora sucumbe a um mal desconhecido. A tensão é habilmente construída através de uma atmosfera claustrofóbica, onde o lar se torna tanto um santuário quanto uma prisão.

            A narrativa é impulsionada pela dualidade entre crença e dúvida, com os personagens sendo forçados a confrontar suas próprias percepções da realidade. A performance de Berry é o ponto alto do filme, uma mãe que luta para proteger seus filhos de forças malignas e da deterioração de sua própria sanidade.

            No entanto, o roteiro às vezes peca pelo excesso de diálogos expositivos, que tendem a subestimar a inteligência do público ao invés de permitir que a tensão se desenrole naturalmente. O enredo sofre com a falta de clareza, com ideias concorrentes que competem por atenção e deixam pouco espaço para o desenvolvimento de personagens secundários. A trama, embora inicialmente intrigante, torna-se repetitiva e desajeitada, com um clímax que não entrega a promessa de um desfecho impactante.

            Os elementos de horror são sutis, optando por um terror psicológico em vez de jump scare, mas essa escolha nem sempre funciona a favor do filme. A tensão é construída lentamente, e alguns espectadores podem achar o ritmo lento demais.

            Em resumo, “Não Solte!”, tenta abordar muitos temas complexos simultaneamente, o que pode ser tanto um ponto forte quanto fraco. A atuação de Halle Berry é o destaque, mas o filme não consegue manter o mesmo nível de excelência em todos os aspectos. Para aqueles interessados em um drama psicológico com uma pitada de horror, pode valer a pena assistir, mas aqueles em busca de um horror tradicional podem se decepcionar.

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *