Meu Filho, Nosso Mundo (por Kell C. Pedro)

(O mundo de uma pessoa pode ser melhor dependendo de quem o habita)

            Meu Filho, Nosso Mundo (Ezra, 2023), longa-metragem estadunidense de drama familiar, distribuído pela Diamond Films, estreia, oficialmente, nos cinemas brasileiros, no dia 15 de agosto de 2024, com classificação indicativa 14 anos e 101 minutos de duração.

            O filme, estrelado por Bobby Cannavale, traz à tona a complexidade das relações familiares através da jornada de Max Bernal, um comediante cuja vida pessoal e profissional está em frangalhos. Morando com seu pai, interpretado pelo icônico Robert De Niro, Max entra em conflito com sua ex-esposa sobre a educação de seu filho Ezra, um garoto de 11 anos no espectro autista.

            A direção de Tony Goldwyn (conhecido do público por ser o vilão no clássico: Ghost – Do Outro Lado da Vida, 1990) é sensível e assertiva, capturando os momentos de tensão e ternura com igual habilidade. O roteiro de Tony Spiridakis não se esquiva das realidades ásperas do autismo, mas também celebra as pequenas vitórias e alegrias que podem ser encontradas na jornada.

            A atuação de Cannavale oferece uma visão sem filtros da luta e do amor de um pai. Rose Byrne, como Jenna, entrega uma performance equilibrada, encapsulando a força e a fragilidade de uma mãe que busca o melhor para seu filho.

            O que realmente destaca o longa-metragem é sua habilidade de retratar a condição humana com honestidade e sem sentimentalismo barato. A viagem de carro de Max e Ezra serve como uma metáfora poderosa para a jornada da vida, cheia de desvios inesperados, paradas necessárias e, acima de tudo, a esperança de encontrar um lugar onde ambos possam ser felizes.

            Em suma, “Meu Filho, Nosso Mundo” é muito bem realizado, uma obra cinematográfica que transcende o gênero do drama familiar para se tornar um espelho emocional para qualquer pessoa que já enfrentou desafios na criação de um filho, principalmente ao abordar questões de neurodiversidade que certamente provocará discussões importantes sobre inclusão e compreensão.

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