Mar Em Chamas (por Peter P. Douglas)

            Mar Em Chamas (Burning Sea, 2021), longa-metragem norueguês de catástrofe, estreou, oficialmente, no streaming Adrenalina Pura, em 09 de setembro de 2024, com classificação indicativa 14 anos e 104 minutos de duração.

            Navega entre o drama e a ação, ancorando-se em uma narrativa que explora as consequências humanas e ambientais da indústria petrolífera. A trama se desenrola com a jovem piloto de submarino Sofia Hartmann, interpretada por Kristine Kujath Thorp, que se vê imersa em uma catástrofe após o colapso de uma plataforma de petróleo.

            Dirigido por John Andreas Andersen, começa com uma premissa promissora, apresentando uma crítica social acerca da ganância corporativa e suas repercussões desastrosas. Se desenvolve alternando entre momentos de tensão e diálogos, com cenas que buscam aprofundar as relações pessoais de determinados personagens. A relação entre Sofia e Stian, um trabalhador da plataforma e pai solteiro, acrescenta emocionalmente ao filme, ampliando o escopo da tragédia para além das estatísticas e manchetes. No entanto, o roteiro por vezes peca pela previsibilidade e por não explorar mais profundamente as nuances dos personagens secundários, que poderiam enriquecer a trama.

            Visualmente, o longa é eficaz em transmitir a magnitude do desastre, com cenas subaquáticas que capturam a claustrofobia e o perigo inerentes ao ambiente marinho. A direção de fotografia consegue criar uma atmosfera imersiva, que é complementada pela trilha sonora, embora esta última nem sempre seja utilizada de maneira a potencializar as cenas de ação.

            O filme também levanta questões pertinentes sobre a segurança dos trabalhadores e o impacto ambiental da exploração de recursos naturais, mas falha em manter essa discussão no centro da narrativa, perdendo-se em alguns clichês do gênero. A performance de Thorp é um ponto alto, trazendo uma mistura de determinação e vulnerabilidade que torna sua personagem cativante. Contudo, a química entre os atores nem sempre convence, e o desenvolvimento do enredo em torno do romance pode parecer forçado.

            Em resumo, “Mar em Chamas” é um filme que, apesar de suas falhas, consegue entreter e levantar reflexão. Ele destaca a fragilidade humana diante das forças da natureza e das decisões corporativas, mas poderia se beneficiar de um roteiro mais aprofundado e personagens secundários mais desenvolvidos. Para aqueles interessados em dramas que abordam temas ambientais e sociais, é uma opção válida.

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