Após o sucesso de “Tia Virgínia”, o diretor goiano Fabio Meira apresenta um filme que levou 15 anos para ser concluído e rompe as fronteiras entre ficção e documentário
Fabio Meira apresenta MAMBEMBE, seu mais novo filme. Depois do sucesso de “Tia Virgínia”, o seu novo longa-metragem é selecionado para a 48ª Mostra Internacional de São Paulo. Com estreia na Première Brasil do Festival do Rio deste ano, a obra quebra barreiras entre o que é ficção e o que é documentário. Além disso, a produção é da Roseira Filmes.
As sessões de MAMBEMBE serão no dia 22 de outubro (terça-feira), às 21h40, no Reserva Cultural; e dia 26 de outubro (sábado), às 15h20, no Cinesystem Frei Caneca.
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Na trama, MAMBEMBE apresenta um topógrafo errante e seu encontro com três mulheres de um circo mambembe. A partir disso, há um entrelaçamento entre ficção e documentário e como o acaso reflete na construção artística de cada um. O filme começou a ser gravado há 15 anos, após Meira finalizar o curso de cinema em Cuba. “O longa seria conduzido por um engenheiro errante e seu encontro com três mulheres de circo. Com o vigor de um estudante de cinema recém-formado, consegui rodar parte do filme ainda em 2010”. Porém, as gravações tiveram que ser paralisadas: “Muita coisa aconteceu em seguida que me impediu de terminar o filme, sobretudo em termos de financiamento. Nunca imaginei que o filme fosse levar 15 anos para ficar pronto”, discorre o diretor.
Uma potência em MAMBEMBE é o diálogo entre documentário e ficção, que borra fronteiras de gêneros e estabelece uma obra livre em sua percepção do mundo e da arte. Sobre isso, Meira indica que a obra “mistura tudo, é um documentário em que o objeto é o próprio filme. Os limites entre realidade e ficção estão a todo tempo sendo desafiados ao longo do filme”.
Gravado como guerrilha, MAMBEMBE conta com a presença do ator Murilo Grossi. Na época em que o longa era gravado, o artista gravava “Escrito nas Estrelas” e Meira brinca que ele tinha que esperar o personagem de Grossi ser preso na novela para ter tempo de gravar com ele. Índia Morena, a Dama do Circo Pernambucano, também é destaque da obra. Com 81 anos, a artista é contorcionista, trapezista, voadora, acrobata e cantora e vive do circo desde os 13 anos, quando deixou sua família para se entregar à arte circense.
Ao mergulhar na arte popular brasileira, Meira descobriu a importância dos circos, e como cada um deles reflete a cultura de seu estado: “Por exemplo, os espetáculos da Bahia eram muito diferentes dos de Pernambuco. No norte havia menos circos, mas eram também muito especiais. Acompanhei de perto um deles. Na Ilha de Marajó, era lindo ver seus deslocamentos entre estradas e balsas na Amazônia.”
MAMBEMBE tem produção da Roseira Filmes.
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