Malu (por Peter P. Douglas)

            Malu (2023), longa-metragem nacional dramático, distribuído pela Filmes do Estação, estreia, oficialmente, nos cinemas brasileiros, a partir do dia 31 de outubro de 2024, com classificação indicativa 12 anos e 103 minutos de duração.

            Dirigido por Pedro Freire, é um filme que mergulha nas complexidades das relações familiares através de uma narrativa que oscila entre a comédia de costumes e o drama intenso. A história segue Malu, interpretada por Yara de Novaes, uma atriz desempregada que luta contra o declínio de sua carreira enquanto vive em uma casa deteriorada na periferia do Rio de Janeiro. A dinâmica entre Malu, sua mãe conservadora Lili, vivida por Juliana Carneiro da Cunha, e sua filha Joanna, interpretada por Carol Duarte, é o coração do filme, revelando tensões intergeracionais e conflitos não resolvidos.

            A direção de Freire dá espaço a atuação, que por suas longas tomadas permite ao elenco brilhar, especialmente Novaes, cuja performance é devastadora e cômica, capturando a excentricidade de Malu com uma intensidade que oscila entre a simpatia e o desconforto. O filme também se destaca pela sua estética visual, que captura o lado menos glamoroso do Rio e a decadência física da casa, refletindo a ruína emocional da família.

            No entanto, o longa enfrenta desafios em sua estrutura narrativa. A trama parece andar em círculos e carece de um fio condutor claro, o que pode deixar o público em busca de uma resolução que demora a chegar. A narrativa, por vezes, depende quase exclusivamente das interações entre as personagens para manter o interesse, o que pode ser visto tanto como uma força quanto uma fraqueza. A presença de Tibira, interpretado por Átila Bee, é um ponto de interesse na trama, assim como, de tensão.

            Em resumo, “Malu” é um filme que, apesar de suas falhas narrativas, oferece uma interpretação arrebatadora e momentos de verdade emocional. É uma obra que fala de gerações em conflito e da busca por compreensão. Vale ressaltar que, se trata da dramatização da história real da mãe do diretor Pedro Freire.

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