Extermínio (por Casal Doug Kelly)

            Extermínio 1 (28 Days Later, 2002), longa-metragem estadunidense de suspense e terror, com classificação indicativa 16 anos e 112 minutos de duração, escrito por Alex Garland e dirigido pelo britânico Danny Boyle de Trainspotting: Sem Limites (1996), A Praia (2000), Sunshine: Alerta Solar (2007), Quem Quer Ser Um Milionário (2008), Yesterday (2019).

            O filme é um verdadeiro marco do terror pós-apocalíptico, começando com seu protagonista Jim (Cillian Murphy) acordando sozinho no hospital e vagando por lugares e ruas desertas, dizendo “Olá”, chamando por alguém em meio ao vazio. Mas logo os zumbis ouvem seu chamado, despertando e o perseguindo em alta velocidade pelas ruas de Londres — sim, esses infectados correm rápido, misturando a agilidade de atletas com a imprevisibilidade de viciados em drogas.

            Com uma narrativa enxuta e intensa, o longa acompanha, além de Jim, outros sobreviventes, entre eles, Selena (Naomie Harris) e Hannah (Megan Burns), que tentam escapar do vírus mortal que devastou o país e transformou suas vítimas em criaturas sedentas por carne humana. Em busca de uma base militar que promete abrigar sobreviventes, eles embarcam em uma perigosa jornada de três dias até Manchester, enfrentando ameaças a cada parada. Uma passagem sombria por um túnel subterrâneo, e outras referências ao gênero aparecem como homenagens genuínas, enriquecendo a experiência sem parecerem meras citações.

            O filme se destaca por seus próprios méritos, equilibrando momentos de silêncio com explosões de violência que aprofundam a conexão com seus personagens. Brendan Gleeson, sempre brilhante, entrega uma atuação tocante como Frank, uma figura paterna acolhedora. Como todo bom filme de terror, cada perda tem peso emocional, tornando a jornada dos sobreviventes ainda mais desafiadora.

            Os antagonistas não se limitam aos infectados — há também o comandante militar Henry West de Manchester, interpretado por Christopher Eccleston, cuja racionalidade fria o torna tão ameaçador quanto os monstros. Se há uma falha no filme, é o uso do equipamento de gravação digital utilizado na época que, visto hoje em dia, transforma algumas cenas da ação em borrões difíceis de acompanhar.

            Apesar desse detalhe, “Extermínio”, mantém uma intensidade implacável. A metáfora mais poderosa associada a obra, talvez seja sobre a luta interna de quem passa por 28 dias de abstinência de nicotina, álcool ou drogas ilícitas — uma batalha que se espelha na jornada caótica e crua do filme.

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