
Extermínio 2 (28 Weeks Later, 2007), longa-metragem estadunidense de terror dramático, com classificação indicativa 18 anos e 100 minutos de duração, continuação do aclamado filme de zumbis de Danny Boyle, e desta vez, Juan Carlos Fresnadillo assume a direção, trazendo o mesmo estilo frenético e ritmo intenso que tornaram o original tão marcante. E ele cumpre a missão com êxito!
Diferente de muitas sequências, essa consegue superar seu antecessor, entregando uma experiência ainda mais envolvente. Embora o primeiro filme tenha sido impactante, para muitos, seu terceiro ato perdeu um pouco de força, comprometendo a unicidade da narrativa. Já esta sequência evita esse problema, resultando em um terror de ação brutal, implacável e, acima de tudo, eletrizante.
No primeiro filme, um grupo de ativistas invade um laboratório na Inglaterra e, sem querer, libera o vírus da “Raiva”, altamente contagioso. Em apenas 28 dias, Londres e seus arredores ficam desolados, com os infectados vagando pelas ruas em busca de vítimas.
Na sequência, o cenário evolui: acredita-se que os infectados tenham morrido de fome, e uma força da OTAN, liderada pelos EUA, intervém, estabelecendo uma zona segura para reassentamento. É nesse ambiente que Don (Robert Carlyle) reencontra seus filhos, Tammy (Imogen Poots) e Andy (Mackintosh Muggleton), dando início a uma nova fase da história.
Com uma narrativa inteligente, o filme começa com uma cena intensa e aterrorizante, onde Don escapa por pouco de um grupo de infectados furiosos. No entanto, sua fuga envolve uma decisão moralmente questionável, levando o público a refletir sobre o que faria naquela mesma situação —especialmente quando crianças entram na equação.
Ao longo da trama, diversos personagens são confrontados com escolhas difíceis. Jeremy Renner interpreta o Sargento Doyle, um atirador de elite do Exército que precisa decidir entre seguir ordens ou agir conforme sua consciência. Idris Elba dá vida ao General Stone, cuja decisão pode salvar ou condenar centenas de vidas inocentes. Já Harold Perrineau assume o papel de um piloto de helicóptero, forçado a tomar decisões cruciais por seu melhor amigo Doyle.
Com dilemas morais e uma atmosfera implacável, “Extermínio 2” se firma como um filme que desafia seus personagens e espectadores a enfrentar escolhas difíceis.
Como era de se esperar em um filme de terror zumbi, as coisas rapidamente saem do controle. Sem revelar muito, o vírus da “Raiva” se espalha pela zona segura de maneira inesperada, desencadeando o caos. Assim como no primeiro filme, os infectados são brutais, perseguindo suas vítimas com velocidade assustadora, quebrando janelas e portas e espalhando sangue infeccioso por toda parte.
Fresnadillo não poupa na brutalidade — as cenas de transformação dos infectados são perturbadoras, e os momentos de violência extrema, como tiros na cabeça, decapitações e queimadas, tornam a experiência ainda mais intensa. Apesar da brutalidade, os efeitos visuais são impressionantes, contribuindo para a atmosfera inquietante do filme.
O longa mantém um ritmo frenético, priorizando tensão e intensidade sobre sustos convencionais. A construção da trama é tão bem elaborada que há momentos genuinamente assustadores, reforçados por atuações profundamente comprometidas. Jeremy Renner e Idris Elba entregam performances convincentes, enquanto Muggleton e Poots surpreendem como as crianças que desempenham papéis cruciais na história. Rose Byrne também se destaca como a médica militar determinada a protegê-los, a qualquer custo.
Embora eu esperasse que “Extermínio 2” seguisse a mesma linha do primeiro filme, fui surpreendido por uma experiência ainda mais envolvente. Fresnadillo respeita o estilo e o tom estabelecidos por Danny Boyle, mas imprime sua própria identidade na obra. O resultado é um filme mais direto, porém igualmente inteligente, que prende o espectador do início ao fim. Uma viagem alucinante, perfeita para fãs de terror com zumbis.