Empate (por Peter P. Douglas)

            Empate (2019), longa-metragem documental nacional, distribuído pela Descoloniza Filmes, estreia, oficialmente, nos cinemas brasileiros, a partir do dia 05 de dezembro de 2024, com classificação indicativa 10 anos e 90 minutos de duração.

            Dirigido por Sérgio de Carvalho, revisita a luta dos seringueiros do Acre, destacando o legado de Chico Mendes e a resistência pela preservação da floresta amazônica. Com uma abordagem expositiva e tradicional, combina imagens de arquivo e entrevistas com lideranças do movimento, criando uma ponte entre o passado e o presente dessa batalha ambiental.

            O documentário se destaca por sua capacidade de capturar a essência da luta dos seringueiros, humanizando os protagonistas ao mostrar momentos cotidianos, como idas à igreja e conversas simples. Essa escolha traz um toque intimista e acolhedor, permitindo ao público se conectar emocionalmente com os personagens. A sequência do velório de Chico Mendes, acompanhada pelo discurso de Luiz Inácio Lula da Silva, é impactante, sintetizando a dor e a reverência dedicadas ao ativista.

            No entanto, apresenta algumas limitações. A ausência de uma linha narrativa mais estruturada pode dificultar o acompanhamento da cronologia dos eventos, e a repetição de cenas do cotidiano dos seringueiros torna a experiência um pouco cansativa. Além disso, o ritmo do filme, por vezes, parece arrastado, o que pode desviar a atenção do público.

            Apesar dessas falhas, o documentário cumpre seu papel ao destacar a importância da preservação ambiental e da justiça social, reforçando a relevância do legado de Chico Mendes.

            Em resumo, “Empate” apesar de imperfeito, é um documentário essencial para quem se interessa pela história do Brasil, pela luta na Amazônia e pela defesa dos direitos humanos. A obra resgata um momento histórico fundamental e nos convida a refletir sobre a importância de manter a resistência pela preservação da floresta e por um futuro mais justo e sustentável para a Amazônia e para o país.

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