Conheça 4 relevantes nomes da música contemporânea nortista que poderiam estar no Dia do Brasil no Rock in Rio

Artistas têm influências locais e globalizadas em suas criações, mas a visão que o restante do país tem sobre o Norte ainda impede sua projeção nacional

Setembro de 2024 – O Rock in Rio, maior festival de música do Brasil, dá a largada para sua 10ª edição no país. Em celebração aos 40 anos da criação do festival, a organização precisou de outras 9 edições para finalmente criar um dia exclusivo para a música brasileira. Ainda assim, 7 estados brasileiros foram deixados de fora inicialmente. Só depois de uma repercussão negativa puxada pela cantora Fafá de Belém o festival decidiu colocar artistas do Norte do Brasil no line-up que celebra o país. Mas será que foi suficiente?

A produtora cultural e artística Audi Arruda questiona a decisão tardia do festival. “Fica claro que se tratou de uma operação ‘tapa buraco’ como resposta para essa falha gigante. Caso tivesse sido planejado desde o início, além dos incríveis artistas Gaby Amarantos, Victor Xamã, Gang do Eletro e outros importantes nomes que foram anunciados depois do protesto encabeçado por Fafá, o festival teria se ocupado previamente de incluir também nomes de uma Região Norte mais contemporânea”, comenta.

Manauara, Arruda ressalta que a região tem um potencial artístico que não a resume ao que o Brasil acha que a Região Norte representa. “Temos nomes com menor projeção e que estão inseridos no mercado globalizado da música. Levar essa cena para o Rock in Rio seria uma oportunidade de romper com essa imagem que o restante do país tem da cultura nortista”.

Conheça 4 artistas contemporâneos e de potencial global da Região Norte sugeridos pela produtora que ficaram de fora do line-up do Dia do Brasil no festival:

Estevão Queiroga – @estevaoqueiroga

Artista da música brasileira contemporânea que cresceu em Manaus, Estevão apresenta em sua obra uma MPB de raiz nortista e nordestina, permeada por gêneros como folk, rock, pop, soul e jazz, criando uma alquimia sonora que só a música brasileira pode proporcionar. Cantor, produtor, instrumentista e compositor, ele explora poesia e profundidade em suas criações, combinando elementos musicais e líricos distintos que o posicionam como parte de uma cena musical atual que celebra a brasilidade e privilegia a criatividade na arte da canção. Para ouvir acesse o Spotify e outras plataformas de streaming e também o Youtube. Atualmente o cantor está rodando o Brasil com a turnê Reescrever, com ingressos disponíveis no Sympla.

Liège – @eusouliege

Liège é artista amazônida e integra sua ancestralidade à música popular brasileira contemporânea. Com 18 anos de carreira, seu primeiro álbum, “ECDISE”, lançado pelo Edital Natura Musical, recebeu reconhecimento ao figurar na lista de Melhores Discos Brasileiros de 2021 da APCA. Além disso, sua trajetória inclui apresentações nos Estados Unidos e em palcos importantes da cena autoral brasileira, como o Circuito SESC de Cultura, SIM (SP), Elas Na Catraca (Festival Catraca Livre SP) e Rio2C. Para ouvir acesse o Spotify e outras plataformas de streaming e também o Youtube.

Karen Francis – @karenfrancismusic

Representante distinta de Afrobeats e R&B contemporâneos produzidos no Norte do país, Francis e sua voz potente, na lírica sensível e musicalidade que une raízes da música negra, sonoridades africanas e influências de rap e MPB marcam suas melodias.  Cantora, compositora e instrumentista, natural de Maués, no interior do Amazonas, e crescida na capital, Manaus, a artista foi destaque na programação do festival Primavera Sound, em sua primeira edição em São Paulo em 2022, e foi uma das selecionadas da turma 2023 do Black Voices Music/Fundo Vozes Negras, uma iniciativa do YouTube. Em 2023, ela também foi uma das selecionadas para se apresentar no Pitching Show do Rio2C, considerado o maior evento de criatividade e inovação da América Latina. Para ouvir acesse o Spotify e outras plataformas de streaming e também o Youtube.

Gabi Farias – @agabifarias

Nascida em Manaus e com 25 anos de carreira, Gabi Farias cresceu em Itacoatiara, antes de embarcar na carreira solo, foi integrante da Orquestra Puxirum – encabeçada pelo maestro e violinista Diego Alessandro –, e professora de música. Seu trabalho ressalta a potência feminina nas sonoridades das músicas, para mostrar como é significativa a energia das matriarcas – presentes na sua vida desde a primeira infância como forças motrizes – seja na questão afetiva ou na força. Para ouvir acesse o Spotify e outras plataformas de streaming e também o Youtube.

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