Conduzindo Madeleine (por Peter P. Douglas)

(As coisas acontecem na hora certa)

Conduzindo Madeleine (Une Belle Course, 2022), o longa-metragem francês de comédia dramática, distribuído pela Califórnia Filmes, estreia, oficialmente, nos cinemas, a partir de 02 de maio de 2024, com classificação etária de 16 anos, tendo sido exibido, em 2023, no Festival Varilux de Cinema Francês. A direção fica por conta do francês Christian Carion, roteirista e diretor de filmes como Feliz Natal (2005), O Caso Farewell (2009), Viva a França! (2015) e ambas as versões de Meu Filho, (2017) com Guillaume Canet e (2021) com James McAvoy.O roteiro ficou por conta do próprio Christian Carion em parceria com o também francês Cyril Gely, escritor, corroterista em filmes como Diplomacia (2014) e Chocolate (2016).

Antes de tudo, é importante dizer que o filme foi estruturado para ser um Road Movie, ou seja, se passar na estrada (neste caso, quase inteiramente dentro de um táxi pelas ruas de Paris), e onde pelo menos um dos personagens principais embarca em uma viagem que irá alterar a perspectiva de sua vida cotidiana.

O título original do filme, Uma Bela Corrida, faz todo o sentido quando o público termina de assisti-lo. Porém, a escolha brasileira para o título levou em consideração um chamariz para o espectador que conhece outro longa com ideia bem semelhante, Conduzindo Miss Daisy (1989).

Em seus quase 90 minutos de duração, que passam rapidamente devido a agilidade do roteiro (o que também o torna um pouco superficial), acompanhamos o relato de vida de Madeleine Keller (interpretada pela atriz, Line Renaud, em sua idade avançada e Alice Isaaz, quando mais nova), seu amor por Matt (Elie Kaempfen) e pelo filho Mathieu (interpretado por Hadriel Roure quando criança e por, Thomas Alden, quando adulto), o relacionamento sombrio com Raymond Haguenau (Jérémie Laheurte) que a levou aos piores anos de sua vida na década de 50, e o relacionamento com sua mãe Denise Keller (Gwendoline Hamon) que sempre a apoiou. Tudo isso, fará parte da experiência de viagem que compartilhará com Charles (Dany Boom), o taxista incumbido da missão de levá-la por várias partes de Paris que lhe foram importantes ao longo da vida. Isso irá mudar, evoluir e aproximar os personagens em apenas algumas horas. Transformando um Charles antes impaciente e desesperançoso com a vida (trabalhando 12 horas diárias durante 6 dias da semana) em alguém mais otimista e que enxerga uma luz no fim do túnel.

O filme entrelaça o presente e passado de Madeleine, sendo o primeiro narrado por ela dentro do táxi e o último retratado em Flashbacks. Neste vai e vem de época, veremos que, na França, as coisas não são tão diferentes do nosso Brasil. Conduzindo Madeleine definitivamente não é um filme inovador, muito pelo contrário, já sabemos de antemão o desfecho, pois já nos deparamos com a mesma ideia em produções de outros países, mas que por ser simples e bem contada, continua emocionando, seja pelo excelente entrosamento do elenco ou apelo “crowd pleaser”, o que o torna tão cativante de assistir que vale demais dar uma conferida nessa história basicamente universal.

Publicado originalmente em https://www.parsageeks.com.br/2024/05/critica-cinema-conduzindo-madeleine.html

Compartilhe