Aqui é Meu Lugar (por Peter P. Douglas)

(Todos procuram seu lugar no mundo)

            Aqui é Meu Lugar (This Must Be The Place, 2011), longa-metragem francês de comédia dramática, com classificação indicativa 12 anos e 118 minutos de duração. Dirigido por Paolo Sorrentino, segue a jornada de Cheyenne, interpretado por Sean Penn, um ex-astro do rock que se embrenha numa viagem pessoal em busca de redenção e descoberta.

            A performance de Penn mostra um homem perdido na própria imagem, enquanto busca sentido na vida após a morte do pai. Frances McDormand, como a esposa de Cheyenne, traze equilíbrio à excentricidade de Penn. A fotografia de Luca Bigazzi cria uma atmosfera recheada de paisagens americanas que servem como pano de fundo para a odisséia do protagonista.

            A narrativa do filme é pontuada por momentos de humor sutil e uma trilha sonora provocativa, que inclui a icônica música que dá título ao filme. O roteiro, coescrito por Sorrentino e Umberto Contarello, é inteligente, porém predominantemente confuso. Mesmo assim, possui diálogos que são ao mesmo tempo poéticos e realistas, explorando temas como o envelhecimento, a fama, a reconciliação e o impacto do passado nas escolhas presentes. A busca de Cheyenne pelo nazista que atormentou seu pai em Auschwitz é uma metáfora poderosa para a busca de qualquer pessoa por justiça e encerramento.

            Em suma, “Aqui é Meu Lugar” gera emoções mistas, já que deve ser elogiado por sua originalidade e pela atuação de Sean Penn, porém seu ritmo errático e narrativa confusa fazem um excelente contraponto. No entanto, é inegável que na dúvida, merece ser visto e discutido para que cada um se decida se as qualidades são maiores que seus defeitos.

Compartilhe