Animale (por Peter P. Douglas)

(Quando o lado animal floresce, devemos resistir?)

            Animale (2024), longa-metragem francês do gênero horror dramático, com classificação indicativa 18 anos e 100 minutos de duração. A mais recente empreitada da diretora Emma Benestan mergulha o público em uma narrativa de transformação animal e drama humano.

            A diretora francesa, apresenta uma história com toques de body horror, que se desenrola com uma cadência lenta, mas carregada de tensão. O filme, é protagonizado pela talentosa Oulaya Amamra (Divertimento, 2022), cuja atuação é a força motriz da narrativa.

            A trama gira em torno de Nejma, uma jovem de 22 anos que trabalha em um rancho na região de Camargue, na França, onde touros são criados para competir em arenas diante de multidões entusiasmadas. O ambiente é tradicionalmente masculino, e Nejma, como a única mulher presente, enfrenta não apenas os desafios físicos impostos pelos animais, mas também a resistência e o machismo dos homens que a cercam. Quando algumas pessoas começam a desaparecer, Nejma passa a desconfiar de tudo e de todos, inclusive de si mesma.

            A diretora utiliza o simbolismo do touro para explorar temas de poder, vulnerabilidade e identidade de gênero. O longa tem sucesso ao se afastar das sequências conduzidas por diálogos, mergulhando nos aspectos mais visuais e viscerais do trabalho de Nejma. Embora possa não ser particularmente eficaz em seus elementos de horror, a mistura ousada de gêneros e a performance central da protagonista, o tornam uma experiência envolvente.

            Em resumo, “Animale” é uma adição significativa ao cinema francês contemporâneo e ao gênero body horror. Com uma narrativa que desafia expectativas e uma direção que honra tanto a forma quanto o conteúdo, Emma Benestan solidifica seu lugar como uma cineasta visionária.

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