A Vilã das Nove (por Kell C. Pedro)

            A Vilã das Nove (2024), longa-metragem nacional de comédia dramática, distribuído pela Star Distribution, estreia, oficialmente, nos cinemas brasileiros, a partir do dia 31 de outubro de 2024, com classificação indicativa 16 anos e 103 minutos de duração.

            Narrativa que entrelaça comédia e drama para explorar a complexidade das relações humanas e a busca pela redenção. Dirigido por Teodoro Poppovic, apresenta uma premissa intrigante onde a protagonista, Roberta, interpretada por Karine Teles, se vê confrontada com seu passado quando este é transformado em enredo de uma novela. A performance de Teles é um dos pontos altos do filme, cativando o espectador. Alice Wegmann e Camila Márdila também entregam atuações convincentes, complementando a dinâmica central.

            O roteiro, co-escrito por Maíra Bühler, André Pereira e Gabriela Capello, é habilidoso ao tecer os temas de liberdade e as consequências de nossas escolhas, embora em certos momentos, a narrativa pareça perder o foco, diluindo o impacto de algumas cenas-chave. A cinematografia é eficaz em capturar o clima de cada cena, mas carece de uma identidade visual mais marcante que poderia elevar a estética geral do filme.

            A direção de Poppovic é competente, mas há momentos em que o ritmo do filme sofre devido a escolhas de edição questionáveis. A trilha sonora serve adequadamente ao propósito de complementar o tom da narrativa.

            Em termos de enredo, faz um trabalho formidável ao abordar a ideia de uma mulher redefinindo sua identidade e autonomia após um divórcio, uma temática relevante e atual. No entanto, a revelação de que seu segredo se tornou público através de uma novela é um dispositivo de trama que, embora criativo, poderia ter sido mais explorado para evitar previsibilidade.

            O filme brilha em sua representação da maternidade e da complexidade das relações familiares, oferecendo um retrato tocante. No entanto, a tentativa de equilibrar humor e drama às vezes resulta em uma tonalidade inconsistente, que pode deixar o público incerto sobre como se sentir em relação aos personagens e suas jornadas.

            Em conclusão, “A Vilã das Nove” é uma adição valiosa ao cinema nacional, destacando-se por suas performances fortes e sua abordagem sincera de temas significativos. Apesar de seus desafios narrativos e estéticos, o filme consegue envolver o público e provocar reflexões sobre a vida, o amor e a aceitação de si mesmo.

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