A Ressurreição de Charles Manson (por Peter P. Douglas)

(O mal pode renascer nas mãos de quem acredita?)

            A Ressurreição de Charles Manson (The Ressurrection of Charles Manson, 2023), longa-metragem estadunidense de horror e suspense, com classificação indicativa 12 anos e 78 minutos de duração.

            Dirigido por Remy Grillo, o enredo narra o percurso de Tianna, interpretada por Katherine Hughes, uma atriz em luto pelo noivo falecido, e seu parceiro Mitch, papel de Josh Plasse. Ambos se aventuram pelo deserto para que Tianna possa gravar um teste para um papel crucial em uma produção cinematográfica sobre Charles Manson. O que inicia como um emocionante retiro de fim de semana para o casal, gradualmente se transforma em uma experiência macabra à medida que eles enfrentam revelações perturbadoras.

            Esqueça a tradicional narrativa tripartida; este filme demora a capturar a atenção, desafiando o público a decifrar a identidade dos personagens em meio a uma sequência de eventos não lineares, entrelaçados com as reminiscências dos personagens principais.

            A trama ganha impulso na segunda metade, acelerando abruptamente para um clímax cheio de reviravoltas que, embora possam parecer exageradas para alguns, oferecem um entretenimento vibrante para outros. No entanto, essa transição rápida deixa o enredo apressado em momentos-chave, com muitas resoluções ocorrendo rapidamente através de diálogos breves, apesar do potencial para desenvolvimentos mais aprofundados.

            Quanto ao elenco, Jaime King (de “Black Summer”) e Frank Grillo (de “Uma Noite de Crime: Anarquia”) se destacam com suas performances. Por outro lado, as atuações de Hughes e Plasse como os protagonistas são menos convincentes. O filme falha em sustentar uma atmosfera de suspense consistente. Existem momentos promissores para construir sequências de suspense de alta tensão, mas essas oportunidades são frequentemente negligenciadas, resultando em cenas superficiais e elementos insípidos que falham em provocar medo ou tensão, gerando um efeito contrário ao desejado.

            Em suma, “A Ressurreição de Charles Manson” pode capturar o interesse daqueles fascinados pela narrativa do infame assassino e o impacto deixado por ele. Contudo, sua capacidade de entreter não se estende muito além disso, apresentando deficiências significativas no que tange à geração de suspense e nas performances dos atores.

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