A Hora do Vampiro (Salem’s Lot, 2024), longa-metragem estadunidense de suspense, estreou, oficialmente, no streaming Max, em 03 de outubro de 2024, com classificação indicativa 16 anos e 114 minutos de duração.
Adaptação cinematográfica de 2024, do clássico conto de Stephen King, “Salem’s Lot”, apresenta-se como um desafio ao tentar condensar uma história rica em detalhes em um formato de longa-metragem para o público moderno. O diretor Gary Dauberman, já familiarizado com o material de King através de seu trabalho em “It”, enfrenta a tarefa de equilibrar a profundidade narrativa com as limitações de tempo do cinema.
O enredo segue Ben Mears, interpretado por Lewis Pullman, que retorna à sua cidade natal, Jerusalem’s Lot, apenas para descobrir que forças sinistras tomaram conta do lugar. A performance do protagonista é competente, mas o desenvolvimento apressado do personagem deixa a desejar, não permitindo que o público se conecte verdadeiramente com suas motivações e medos.
O filme sofre com transições abruptas e uma edição que sugere cortes excessivos, comprometendo a fluidez da narrativa. A história, que já foi contada duas vezes em formato de minissérie, parece perder sua essência ao ser comprimida em um filme de duas horas. As atuações de Pilou Asbæk como Richard Straker e Alexander Ward como Kurt Barlow trazem uma dinâmica interessante entre o humano e o sobrenatural. No entanto, a falta de tempo para desenvolver adequadamente os personagens secundários e suas relações resulta em uma experiência que, com certeza, deixará o público frustrado.
Bill Camp, como professor Matthew, e – interpretando um personagem que originalmente era masculino – a atriz Alfre Woodard como Dra. Cody, entregam atuações sólidas, embora seus personagens sejam prejudicados pela narrativa acelerada. Apesar dos esforços do elenco, o filme não consegue sustentar uma atmosfera de tensão e terror ao longo de toda a sua duração.
Em resumo, “A Hora do Vampiro” oscila entre o respeito ao material de origem e as limitações de sua adaptação cinematográfica. Com uma narrativa que poderia se beneficiar de mais tempo para respirar e personagens que mereciam ser mais explorados, o filme oferece uma experiência mista que, embora tenha seus momentos de brilho, não alcança o potencial pleno de sua premissa vampiresca. Para os fãs de King e do horror clássico, pode valer a pena assistir, mas para aqueles em busca de uma experiência de terror profunda e meticulosamente construída, pode ser uma experiência frustrante.
Compartilhe