A Estrela Cadente (The Falling Star aka L´étoile Filante, 2023), o longa-metragem francês de suspense, drama e comédia, distribuído pela Pandora Filmes, estreia, oficialmente, nos cinemas, a partir de 16 de maio de 2024, com classificação etária 12 anos, exibido, anteriormente no Festival de Locarno e ganhador do Prêmio do Júri no Beaujolais Meetings of French-Speaking Cinema.
O francês-belga Dominique Abel e a canadense-australiana Fiona Gordon, além de dirigirem e protagonizarem o longa, também assinam o roteiro. A dupla, tem uma parceria de longa data, iniciada, no teatro, em 1980. Com o passar dos anos, expandiram para curtas-metragens e filmes conhecidos, como Perdidos em Paris (2016), Rumba (2008) e O Iceberg (2005), os quais também dirigem, estrelam e roteirizam.
Estrela Cadente possui poucos diálogos e muitas cenas que, com certeza, devem gerar estranhamento no público brasileiro. Digamos que, para alguns cinéfilos de plantão, a metodologia burlesca empregada pela dupla Abel-Gordon, se assemelharia ao estilo peculiar do diretor finlandês Aki Kaurismäki, conhecido por sua extensa filmografia e pelo recente Folhas de Outono (2023).
Em seus 98 minutos de duração, acompanharemos Boris (Dominique Abel), um ex-ativista que agora trabalha como bartender no Estrela Cadente, e é reconhecido de forma inesperada por Georges (Bruno Romy), um homem estranho que perdeu o braço em uma explosão anos atrás. O estranho barbudo tenta atirar no bartender, mas erra por uma grande distância devido ao uso de um braço biônico defeituoso (essa é a primeira de muitas piadas no decorrer do longa envolvendo esse “membro”).
Acontece que Boris, casado com Kayoko (interpretada pela dançarina, Kaori Ito), que conhece seu passado criminoso, é atormentado pela explosão que cometeu anos atrás, revivendo o trauma e a perseguição policial em seus sonhos todas as noites (a cena adjacente pastelão retrata exatamente isso, uma perseguição, sem perseguidores, estilo mambembe).
Após perceber que foi reconhecido, Boris entende que está em perigo, pois o estranho cliente com braço biônico, provavelmente retornará ainda mais enfurecido. Então surge uma solução: enquanto dirigiam pela cidade, descobrem Dom (também interpretado por Dominique Abel), uma pessoa que se parece muito com Boris, quase um gêmeo, segundo a genética ou um duplo, segundo a literatura). É então que Tim (Philippe Martz), segurança do bar, é incumbido por Boris e Kayoko de buscar Dom e lhe oferecer um emprego como substituto de Boris, convenientemente omitindo o detalhe principal: que um homem de um braço só voltará em breve para matá-lo.
Em meio a isso, conheceremos Fiona (Fiona Gordon), uma detetive particular ineficaz, que saberemos mais a frente se tratar da ex-mulher de Dom. Ambos foram casados, mas com a morte do filho, se separaram e cada um deles segue um caminho sombrio, uma rumo a bebida e outro a depressão.
Inclusive, em uma das cenas em que Dom vai visitar o túmulo do filho e leva Tim, é que este último, até então complacente aos planos de Boris e Kayoko, começa a colocar em dúvida tudo o que achava certo.
Trocando de lugar, Boris e Dom experimentam a vida um do outro. Kayoko se apaixona pelo substituto do marido, enquanto Fiona tenta consertar as coisas com o ex, sem perceber que outro homem tomou seu lugar. A investigação de Fiona acaba por levá-la ao bar (cujo letreiro de neon dá título ao filme), onde o estranho homem com braço biônico busca sua vingança, mas não antes de um número de dança sincronizado. Pois é!
No geral, o filme é bem realizado, tanto em figurino quanto atuações, sendo seu principal ponto negativo, o humor duvidoso escolhido pelo roteiro para ser abordado. Definitivamente, não arrebatará todo o público brasileiro.
Publicado originalmente em https://www.pegaessanovidade.com.br/pega-essa-dica-estrela-cadente/
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