A essência da comunicação não violenta segundo Marshall B. Rosenberg

Muito além de propor a tolerância e a empatia para evitar discussões nas situações mais corriqueiras, a comunicação não violenta amplia a visibilidade para a aprendizagem que serve à vida, do convívio entre vizinhos aos exercícios de cultura de paz. O termo é reconhecido mundialmente por disseminar um estilo de vida e, no livro, o leitor encontra um compilado das práticas que impactam os lares, organizações corporativas e até relações globais.

Abordagem inovadora criada pelo psicólogo Marshall B. Rosenberg (1934-2015), a comunicação não violenta (CNV) se consolida pela forma como sugere a transformação social. Numa sociedade que se vê cada vez mais necessitada de mitigar conflitos, suas técnicas apoiadas em habilidades de linguagem e comunicação apontam para um importante condicionamento cultural. O livro A essência da comunicação não violenta segundo Marshall B. Rosenberg (Editora Ágora, 312 págs., R$ 89,90) é a completa reunião dos princípios defendidos por ele. Por iniciativa da viúva, Valentina D. Rosenberg, que se uniu à seguidora Julie Stiles, trata-se da transcrição dos conceitos distribuídos nas diversas obras. Elas compilaram o material de modo a atender tanto a quem está descobrindo a CNV como aos que já se dedicam a disseminar o trabalho nos mais diversos ambientes. A revisão técnica é de Nolah Lima, membro do Instituto CNV Brasil.

No universo que envolve questões como empatia, resolução de conflitos, relacionamentos, parentalidade, poder, punição, sistema de dominação, o dilema de poder-sobre e poder-com, entre outros embates, a CNV chega como um processo baseado em quatro componentes fundamentais: observações, sentimentos, necessidades e pedidos. Na coletânea de citações, o leitor encontrará os pensamentos mais marcantes do psicólogo. Dividida em seis partes, a obra aborda os seguintes temas:

• as bases da CNV;
• as barreiras para a sua incorporação;
• a importância da empatia e da expressão de necessidades;
• a CNV nos relacionamentos, na educação e no trabalho;
• a CNV como estilo de vida e como transformação social.

Assim, com toda a técnica organizada em etapas, os textos convidam advogados, professores, assistentes sociais, policiais, profissionais da saúde, empresários e cidadãos comuns a transformar a vida, os relacionamentos e o mundo como um todo.

“Estas palavras podem inspirar esperança, coragem, conhecimento e tranquilidade para cocriarmos e praticarmos novas maneiras de apoiar uns aos outros enquanto seguimos vivendo com pandemias, guerras, discriminação, mudanças climáticas, ódio, fome, incerteza e assim por diante. As palavras de meu amado Marshall podem nos capacitar para viver com amor, cuidado, compaixão, paz, sinceridade, paixão, propósito, gratidão, humor e respeito! Imagino que este livro vai nos motivar a focar em viver a vida com graça e força, aprendendo a celebrá-la com vontade, bondade, curiosidade e alegria, e nos conectando ao coração e ao espírito com paz divina e amor em ação.” – trecho do prefácio de Valentina D. Rosenberg.

O autor:

Tendo crescido em um bairro turbulento de Detroit (EUA), Marshall B. Rosenberg (1934-2015) se interessou por novas formas de comunicação para criar alternativas pacíficas de diálogo que amenizassem o clima de violência com o qual convivera. Formado em Psicologia pela Universidade de Wisconsin, ele obteve o doutorado em Psicologia Clínica. A comunicação não violenta é resultado de sua formação acadêmica e de suas vivências pessoais como militante pelos direitos civis, voluntário em abrigos e terapeuta familiar. Em 1984, fundou, na Califórnia, o Center for Nonviolent Communication (CNVC), que se transformou em uma organização internacional sem fins lucrativos com dezenas de pessoas habilitadas a dar treinamentos em mais de 60 países. Esse trabalho é realizado com educadores, profissionais da área da saúde, mediadores, empresários, prisioneiros e guardas, policiais, militares, membros do clero e funcionários públicos. Rosenberg introduziu programas de paz em países assolados pela guerra, como Afeganistão, Bósnia, Nigéria, Palestina e Ruanda. Faleceu pacificamente em sua casa, cercado da esposa e dos três filhos.

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