(Desastre é pouco e de Belo não tem nada esse Casamento)
Belo Desastre – O Casamento (Beautiful Wedding, 2024), longa-metragem estadunidense do gênero comédia romântica, distribuído pela Diamond Filmes, estreia, oficialmente, nos cinemas brasileiros, a partir de 16 de maio de 2024, com classificação etária 16 anos e 94 minutos de duração, sendo uma sequência adaptada do terceiro livro da série Belo Desastre, de Jamie McGuire, publicado em 2013 (Belo Casamento). Belo Desastre (2023) não foi o melhor filme já feito, mas foi divertido e os protagonistas tinham uma boa química. Essa sequência, porém, não tem razão de existir, além de talvez permitir que o elenco aproveite algum tipo de férias.Travis (Dylan Sprouse) e Abby (Virginia Gardner) estavam em Las Vegas no fim de Belo Casamento. Essa sequência começa com o casal tendo aconselhamento matrimonial com o padre Miguel (Alex Aiono) e somos levados de volta no tempo aos acontecimentos que antecederam este momento. Começamos com os protagonistas acordando e descobrindo que estão casados e então, literalmente, pulamos para eles prestes a embarcar em um avião do exército para que possam ir ao México em lua de mel. Um personagem supostamente os segue para tentar recuperar o dinheiro que estava com eles, mas é uma trama secundária que nunca afeta e não significa nada para a trama geral. O que deveria ser a questão principal do enredo – se Travis e Abby devem ficar casados ou não – é basicamente uma piada ocasional, que realmente não significa muito para a história, pois como podem decidir se vale a pena manter o casamento se o filme inteiro é basicamente sua lua de mel?
Não há conflito real no relacionamento de Abby e Travis e parece que os produtores decidiram usar o ciúme como meio de criar conflitos desnecessários no filme, além de usarem um cartaz que aparece sempre que Travis faz alguma besteira, para marcar sua pontuação.
O personagem Miguel deveria se encaixar nos moldes do segundo protagonista que costuma aparecer em filmes como este, acrescentando a complicação de um novo interesse amoroso. Porém, já sabemos que Miguel é padre desde o início do filme, então ele se encaixa no papel, mas não fica lá para aumentar a complicação.
Ao contrário do primeiro filme, o humor cai por terra aqui. O pior é que parece que Abby e Travis nem se amam neste filme, pois ficam extremamente bravos um com o outro por causa de coisas fúteis ou tendo cenas de sexo ridículas.
Todos os outros personagens são tratados pelo roteiro como peso morto. Não vale a pena acompanhar o relacionamento de Shepley (Austin North) e America (Libe Barer), os irmãos de Travis aparecem para nada mais do que se divertir ao sol, e lá está o Benny (Rob Estes) do primeiro filme que não faz nada mais além de gritar muito.
A principal falha do filme é a forma como ele lida com o material original. A adaptação para a tela é decepcionante para os fãs do romance de McGuire, pois muitos momentos importantes do livro são mal representados ou quase irreconhecíveis, além de modificarem locação, situações e as características dos personagens. Belo Desastre – O Casamento não pode sequer ser considerado um entretenimento para quem quer se divertir por algumas horas, pois nada mais acontece do que gritos e efeitos sonoros constantes, uma estranha relação entre o bandido e seu mordomo muito mais jovem, vômitos, caras imitando bebês, brigas de galo, um circo de boxe inesperado, uma banda de Mariachi muito exagerada, emojis de pênis/banana e nenhum romance.
Publicado originalmente em https://www.parsageeks.com.br/2024/05/critica-cinema-belo-desastre-o-casamento.html
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