Filme dirigido pela artista francesa Anne de Carbuccia acompanha o trabalho de jovens que estão transformando o planeta para tentar salvá-lo e aborda a necessidade de conscientização sobre os rumos ambientais do planeta
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O documentário PROTETORES DO PLANETA TERRA (EARTH PROTECTORS), da diretora Anne de Carbuccia, foi selecionado para participar do Festival brasileiro ECOCINE, Festival Internacional de Cinema Ambiental e Direitos Humanos que nasceu em 1992 e acumula uma trajetória de mais de 30 anos .
A história do ECOCINE faz parte da história dos movimentos sociais contemporâneos. Quando os chefes de Estado se reuniram em 1992 sob a bandeira da ONU e realizaram no Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, a Eco-92 Cúpula da Terra, os problemas e desafios vividos por milhões de pessoas de forma silenciosa, ganharam eco. Paralelamente aos debates institucionais e governamentais, organizações de várias partes do mundo também se reuniram.
Pelas telas do ECOCINE passaram, nessas 3 décadas, muitas estórias de vitórias, derrotas, perdas, ganhos, tragédias, superações, denúncias, boas práticas… Estórias que recarregam o otimismo ou que nos fazem descrer das possibilidades de convivência harmônica entre as espécies, estórias para lembrar e outras que não conseguimos esquecer. Mas sempre estórias que têm um denominador comum: o amor pelo nosso planeta.
É nesse sentido que o filme da diretora Anne de Carbuccia se conecta com o Festival. Anne atravessa os continentes para encontrar agentes de mudança que dedicam suas vidas ao nosso planeta por meio de uma viagem cinematográfica emocionante. Em PROTETORES DO PLANETA TERRA, conhecemos Lili no Yucatán, Tashi no Mustang, Dasha na Sibéria, Mariasole na Itália, Alexandria em Nova York e Jared na Amazônia peruana. São jovens que estão combatendo as secas, protegendo recifes, ajudando refugiados climáticos e defendendo a Amazônia; e todos eles estão contribuindo para criar um novo sistema. Eles formam um coletivo de empoderamento cidadão e suas vozes se tornam uma voz no filme.
Anne conta que o conceito de Protetores do Planeta Terra surgiu aos poucos ao longo do tempo. “Comecei a visitar cada vez mais lugares remotos que são quase impossíveis de chegar sem um morador local ou um guia: é preciso ser convidado ou ter bons contatos por lá. Eu conhecia pessoas nas minhas exposições ou alguém via a arte e depois me convidava para ir ao seu país. Foi assim que criei esta rede única de amigos e aliados.”
Ela explica que quanto mais viajava, mais encontrava essas pessoas notáveis fazendo coisas desafiadoras e inovadoras em ambientes muitas vezes extremos. “Sem eles eu nunca teria criado minha arte naquelas terras distantes. Por meio destas experiências, um padrão começou a tomar forma: a vida destes jovens que amavam a sua região e cultura e agiam para protegê-las. Suas histórias tornaram-se maiores do que a única narrativa da arte. Eles também foram um exemplo tão positivo para mim que decidi que também poderiam ser para outros”.
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Além dos Protetores da Terra, o longa também traz conversas entre Anne e a cientista e oceanógrafa Julie Pullen. A diretora confessa que, para transformar o planeta, a ciência é fundamental para a compreensão e também para encontrar soluções e maneiras de agir.
“Conheci Julie em uma de minhas exposições em Nova York, e ela me disse que se identificava com a arte. Ela sentiu que eu estava representando artisticamente como ela se sentia por dentro. Esse foi outro momento de evolução para mim. Testemunhar em primeira mão como muitos de nós tínhamos a mesma narrativa, mas apenas a expressamos de maneiras diferentes, e que pudéssemos ter um diálogo em todos os campos. A partir de então, continuamos nossas conversas porque havia muita experiência que podíamos compartilhar e podíamos ajudar uns aos outros a crescer. O material que se vê no filme faz parte dessas conversas.”
A diretora tem também uma forte ligação com o Brasil. Em 2013, ao lado de outros artistas, Anne foi a uma expedição ao Mato Grosso, para ajudar a encontrar novas ideias para proteger o planeta. Além disso, passou várias semanas com a tribo Waujá e, em colaboração com eles, criou as instalações TimeShrine. Depois dessas experiências, expandiu o foco de sua arte no sentido de conscientizar o mundo sobre a importância de proteger as florestas primárias.
Como cineasta, Anne também contribuiu, a partir desses projetos, com o curta Refugia para o filme coletivo Interactions, produzido pela Art For The World, que também inclui obras de Takuma Kuikuro e Oskar Metsavaht. O filme foi apresentado no Festival de Roma de 2022, onde também aconteceu um encontro entre os cineastas que debateram sobre suas missões e mensagens em comum. O curta foi lançado no Brasil em março de 2023 como parte do projeto ‘Interactions – When Cinema looks To Nature’ disponível atualmente na plataforma do SESC: https://sesctv.org.br/programas-e-series/interactions/.
PROTETORES DO PLANETA TERRA é produzido pela fundação One Planet One Future.
A obra ficará disponível de forma gratuita até 16 de dezembro em:
www.taoplay.com.br/app/filtros/32-ecocine
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