Furiosa – Uma Saga Mad Max (por Peter P. Douglas)

(Não queiram ficar no caminho de Furiosa rumo a Valhalla)

Furiosa: Uma Saga Mad Max (2024), tem direção de George Miller e roteiro do próprio Miller com Nico Lathouris. Para quem aprecia a franquia, este filme foi realizado para lhe oferecer mais perseguições que desafiam a gravidade, mais acrobacias de alto voo e emoção mais profunda, mesmo que já saibamos do futuro sombrio após a prequela.Dividido em cinco capítulos, cada um mais denso que o anterior, o filme começa com uma jovem Furiosa (Alyla Browne) colhendo maçãs de uma árvore perto de sua bucólica terra natal, The Green Place. Uma gangue de motoqueiros chega para vasculhar a terra. E embora, Furiosa tente habilmente sabotar suas bicicletas, ela é capturada, fazendo com que sua mãe (Charlee Fraser) se aventure no deserto para recuperá-la. Segue-se uma perseguição enlouquecida, um dos muitos cenários expansivos do filme, que mostra a mãe de Furiosa perseguindo os sequestradores de sua filha pelas dunas e através de uma tempestade de areia, até os degraus de um esconderijo pertencente à figura messiânica Dementus (Chris Hemsworth). Este é o início de uma rivalidade de uma década entre Furiosa e Dementus que envolve vingança, tristeza e o desejo de voltar para casa.

Fazer qualquer resumo adicional estragaria o filme. Miller está contando uma história emocionante de como uma criança outrora virtuosa se tornou uma mulher endurecida. O público será apresentado às origens de fortalezas devastadas como Gas Town e Bullet Town, e levados à Cidadela comandada por um Immortan Joe (Lachy Hulme) mais jovem e mais imponente, outros personagens como os filhos desajeitados de Immortan Joe, Rictus (Nathan Jones) e Scrotus (Josh Helmen) retornam.

Surpreendentemente, a Furiosa mais velha (uma impressionante Anya Taylor-Joy) só aparece cerca de uma hora no filme. Isso pode inspirar decepção imediata em alguns, mas não deveria porque Alyla Browne, como a adolescente Furiosa, passa veracidade. A base que ela estabelece é tão perfeita que, quando avançamos para a visão de Taylor-Joy assumindo a personagem, tanto pela transição suave, quanto pela qualidade de atuação, nem parece que trocaram as atrizes.

O elenco secundário também faz a diferença nesse filme. Tem uma perseguição prolongada que mostra Furiosa dirigindo por um terreno baldio com Pretoriano Jack (Tom Burke) em uma corrida de petróleo que dá a Taylor-Joy e ao personagem a entrada perfeita para um romance. Embora Burke esteja na tela por um tempo relativamente curto, ele e Taylor-Joy constroem uma química rápida como duas almas perdidas que acreditam que o paraíso ainda existe em algum lugar do mundo se seguirem o mapa de estrelas tatuado no antebraço de Furiosa.

Se parece que Hemsworth é um dos protagonistas, você se enganou, pois, ele até desaparece por longos períodos. Mesmo assim, sempre que ele aparece, pode ser a melhor parte de “Furiosa”. Ele não obtém apenas as melhores e mais citáveis falas instantaneamente. Ele nunca foi tão imponente fisicamente, primeiro como um messias equilibrado e vigarista, depois como um político agressivo, depois como um imperador sem roupa. A combinação da inteligência, insensibilidade e cálculos frios de Dementus é uma persona em que Hemsworth trabalha há algum tempo e tudo se junta aqui para um inesquecível vilão. O que é estranho de dizer, porque ele está sobrecarregado de maquiagem, com uma peruca terrível e uma prótese de nariz intrusiva. Furiosa: Uma Saga Mad Max, é uma prequela que agradará quase toda legião de fãs da franquia, em um grande e divertido filme pipoca, contado com um senso de aventura e diversão e pitadas de melodrama.

Publicado originalmente em https://www.parsageeks.com.br/2024/05/critica-cinema-furiosa-uma-saga-mad-max.html

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