Ursinho Pooh: Sangue e Mel 2 (por Peter P. Douglas)

(O ursinho e seus amigos querem brincar com os humanos)

Ursinho Pooh – Sangue e Mel 2 (Winnie-the-Pooh: Blood and Honey 2, 2024), o longa-metragem de suspense e terror do Reino Unido, distribuído pela Imagem Filmes, estreia, oficialmente, nos cinemas, a partir de 25 de abril de 2024. A direção fica por conta de Rhys Frake-Waterfield, cineasta britânico de 33 anos, que possui em seu currículo filmes tão vergonhosos e desconhecidos que prefiro não citar. O diretor, recentemente, em entrevistas, anunciou o Twisted Childhood Universe (TCU), e pasmem, se trata de um universo cinematográfico inspirado no DCU da Marvel, mas no caso de slasher. A previsão é que a turma do ursinho Pooh irá se juntar, provavelmente em 2025, a Pinóquio, Peter Pan e Bela Adormecida.O longa é a segunda parte da trilogia Sangue e Mel. Para essa continuação, o diretor ressaltou que, sua inspiração foi Terrifier 2, um filme que segundo ele, veio preencher um mercado que não estava sendo atendido e que por isso resolveu utilizar um estilo similar, extremamente violento e sangrento.

O roteiro ficou por conta do americano Matt Leslie, responsável pelo excelente suspense, Verão de 84 (2018). Aliás, essa é uma das várias novidades do longa, pois Rhys Frake-Waterfiel agora é apenas o diretor e não mais o diretor e roteirista, como ocorreu no primeiro filme.

Outra novidade é que Pooh, dessa vez, é vivido por Ryan Oliva (As Hereges, 2018) e não mais por Craig David Dowset (The Area 51 Incident, 2022), que o interpretou no filme anterior. Chris Cordell repete seu papel como Leitão. Marcus Massey (Fada dos Dentes, 2019), ator britânico de ascendência indiana, com extenso currículo em filmes de terror trash, foi o escolhido para usar o manto do Corujão, que é retratado como desprovido de paternalismo e responsável por incentivar uma revanche contra os humanos, em um visual que se assemelha muito ao do vilão de Olhos Famintos. Tigrão é interpretado pelo iniciante, Lewis Santer, que na vida real é acrobata. Nikolai Leon (The Killing Tree, 2022) é substituído por Scott Chambers (A Maldição dos Esquecidos, 2018) como Christopher Robin.

E ainda sobre o elenco, vale comentar que a especulação em torno da aparição do Coelho, não se cumpriu. Bisonho, também conhecido como Ió, não aparece porque serviu de alimento para seus amigos no longa anterior.

Vale um parêntese aqui para elogiar o diretor de fotografia Vince Knight (o mesmo do primeiro filme) que, com orçamento maior que o do anterior, a sua disposição, melhorou a aparência e trajes de látex, não para parecerem reais e sim mais legais e intimidantes.

Os efeitos sonoros, a quantidade e a qualidade das encenações das mortes, o tempo de duração (que ao invés de 80 minutos agora tem 100 minutos), os arcos de personagens, objetivos, motivações e a história de origem explicando de onde vieram Pooh e seus amigos, engrandecem a experiência do público para essa sequência. Ursinho Pooh – Sangue e Mel 2, tem tantas mudanças relevantes em relação a seu antecessor, que o público pode se surpreender, ao se deparar com um filme mais consistente e com mais mortes, muito mais sério, e atuações um pouco mais profissionais, cheio de gore e trasheiras, com direito a cenas de carnificina e uma serra elétrica fumegante.

Publicado originalmente em https://www.parsageeks.com.br/2024/04/critica-cinema-ursinho-pooh-sangue-e.html

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