(A história de uma filha vampira mirim bailarina e seu pai)
Abigail, o longa-metragem de terror americano, distribuído pela Universal Pictures, estreou, oficialmente, nos cinemas, em 18 de abril de 2024, trazendo uma história de vampiros cheia de clichês, mas ao mesmo tempo revitalizada. A direção ficou por conta da dupla Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, responsáveis por outros três excelentes filmes (Pânico V, Pânico VI e Casamento Sangrento), demonstrando que fazer o básico bem feito é sempre o melhor negócio.O roteiro de Guy Busick e Stephen Shields, durante seus quase 110 minutos amarra uma trama que contém sequestro, vampiros, comédia, jumpscares (em quantidade reduzida), plot twists e principalmente muito sangue jorrando em tela. O ágil ritmo dos acontecimentos ajuda a manter o público preso à cadeira do cinema, surpreso, tentando descobrir para quem Abigail vai, literalmente, revelar seus dentes afiados.
Muito da qualidade do longa se deve ao carisma dos atores e de seus personagens. Lambert (Giancarlo Esposito) encomenda o sequestro de uma criança chamada Abigail (interpretada brilhantemente pela atriz Alisha Weir). Para isso, ele recruta seu antigo amigo Frank (Dan Stevens), um ex-policial corrompido. Joey (Melissa Barrera), uma mãe que, após passar pela reabilitação por seu vício em morfina, aceita participar do sequestro e pretende utilizar o dinheiro do resgate para recuperar a guarda de seu filho. Peter (Kevin Durand), o brutamontes com bom coração que tenta resolver tudo na força e que, assim como, Sammy (Kathryn Newton), a hacker, são responsáveis pelas cenas mais engraçadas do roteiro. Dean (Angus Cloud), um piloto de fuga viciado e Rickles (William Catlett), um atirador de elite, fecham o grupo de sequestradores.
A trilha sonora é excelente e faz o filme criar uma identidade própria, inclusive ao incorporar o tema principal do balé, O Lago dos Cisnes de Tchaikovsky, para enfatizar a revelação de Abigail para seus sequestradores de que é uma vampira, repetindo os exatos movimentos em que o Cisne Branco revelaria o seu “outro lado” para o público. Abigail é recomendado para quem busca terror com pitadas de mistério e comédia, perseguições, mordidas no pescoço e mortes exageradas. Demonstrando que o sucesso de um filme, com tema saturado, depende da capacidade de se renovar os clichês já estabelecidos (amontoado de ideias que já funcionaram antes), como meio de manter o gênero vivo e relevante.
Publicado originalmente em https://www.parsageeks.com.br/2024/04/critica-cinema-abigail.html
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