O Penitente (The Penitent – A Rational Man, 2023), longa-metragem italiano dramático, com classificação indicativa 16 anos e 120 minutos de duração. Dirigido por Luca Barbareschi, aborda temas polêmicos e atuais, como a cultura do cancelamento, a correção política (politicamente correto) e a pressão midiática, através da história de um psiquiatra judeu que enfrenta um dilema moral.
A trama se passa inteiramente em Nova York e é baseada na peça de David Mamet. O protagonista, Carlos Hirsch (interpretado por Luca Barbareschi), é um psiquiatra cuja carreira e vida pessoal são viradas de cabeça para baixo quando ele se recusa a testemunhar em favor de um jovem paciente latino (Fabrizio Ciavoni) que assassinou oito pessoas.
O paciente é membro da comunidade LGBTQIAPN+, e um erro de impressão feito por um editor de jornal, que citou erroneamente alguns escritos anteriores do doutor sobre homossexualidade, atrai a atenção da mídia e do sistema judicial.
Hirsch não cometeu nenhum crime tecnicamente, mas enfrenta um dilema moral ao se refugiar atrás do Juramento de Hipócrates para se defender dos interrogatórios e se recusar a entregar os arquivos de seu paciente para não traí-lo. A narrativa é envolvente e original, mas algumas escolhas de direção e encenação não funcionam tão bem.
O filme é muito verboso, com diálogos que podem ser intelectualmente estimulantes e interessantes de dissecar, independentemente de se concordar ou não com suas posições. No entanto, a encenação faz com que pareçam versões cinematográficas dos Diálogos de Platão, sendo talvez as partes mais atraentes, embora difíceis de seguir e repletas de repetições e figuras de linguagem pomposas.
A atuação de Barbareschi é equilibrada, mas à medida que a tensão aumenta, percebemos os limites de sua performance. Catherine McCormack, por outro lado, entrega uma interpretação exagerada e histérica do início ao fim.
Em resumo, “O Penitente”, tenta abordar questões atuais de maneira profunda, mas acaba tropeçando em algumas escolhas de direção e encenação. Apesar de suas falhas, o filme oferece uma narrativa original e diálogos que fazem o público pensar, tornando-o uma obra que vale a pena ser vista.
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