A Última Invocação (por Casal Doug Kelly)

            A Última Invocação (Forbidden Play, 2023), longa-metragem japonês do gênero terror, distribuído pela Sato Company, estreia, oficialmente, nos cinemas brasileiros, a partir do dia 31 de outubro de 2024, com classificação indicativa 16 anos e 110 minutos de duração.

            Dirigido pelo renomado Hideo Nakata, mesmo diretor da série Três Dias que Mudaram Tudo (2023), e dos filmes O Chamado 2 (2005), Água Negra (2002) e da sequência Ring (1998 – 1999). O filme é uma adaptação do romance de estreia de Shimizu Karma, “Kinjirareta Asobi”, de 2019.

            Segue a história de Naoto Ihara, interpretado por Daiki Shigeoka, que após a morte trágica de sua esposa, encontra-se em um abismo de desespero. O filho do casal, Haruto, interpretado por Minato Shogaki, tem a inocente esperança de trazer a mãe de volta à vida através de rituais místicos no quintal de sua casa (o que é tanto comovente quanto perturbador). Hiroko Kurasawa, interpretada por Kanna Hashimoto, é uma antiga colega de Naoto, que nutre sentimentos pelo mesmo e cujo uma simples visita durante o funeral, transforma sua vida em um pesadelo, envolvendo-a nos eventos sobrenaturais que se desenrolam.

            Em termos de atuação, o elenco entrega performances que variam de sólidas a esquecíveis e, em alguns casos, cômicas, o que para um filme de terror que realmente se leva a sério, não é um bom sinal. Enquanto a dupla de protagonistas adultos se destaca, outros membros do elenco parecem não estar totalmente comprometidos com o material. Isso, combinado com o desenvolvimento superficial de personagens, pode dificultar a imersão do público na experiência.

            O ritmo do filme é irregular, com alguns momentos que parecem arrastar-se desnecessariamente, enquanto outros aspectos da trama poderiam ter sido mais desenvolvidos, pois embora rica em simbolismo, às vezes se perde em seu próprio labirinto de reviravoltas sobrenaturais.

            A execução nem sempre é bem-sucedida, resultando em momentos que parecem desconexos ou forçados, o que pode confundir o público sobre o que o filme está tentando ser, às vezes se inclinando demais para os clichês do gênero terror, o que pode desapontar os fãs do diretor que esperam algo mais inovador.

            O plot twist, apesar de inventivo e inteligente, deixa a desejar, no quesito impacto, o que pode ser frustrante. O final do filme, com certeza, é um ponto que irá gerar discórdia entre o público. Alguns entenderão que é satisfatório e bem amarrado, enquanto outros, como nós, que é abrupto e deixa perguntas importantes sem resposta.

            Em resumo, “A Última Invocação”, é uma experiência mista que provavelmente dividirá opiniões, com alguns apreciando a abordagem única de Nakata e outros desejando uma execução mais refinada e coesa. Para os fãs de J-horror e do trabalho anterior de Nakata, vale a pena assistir, mas aqueles que procuram uma experiência de terror mais tradicional podem se encontrar querendo mais.

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