Continente (2024), longa-metragem nacional de terror dramático, distribuído pela Vitrine Filmes, estreia, oficialmente, nos cinemas brasileiros, a partir do dia 31 de outubro de 2024, com classificação indicativa 18 anos e 115 minutos de duração.
Dirigido por Davi Pretto, a trama se desenrola em um vilarejo rural do sul do Brasil, onde Amanda, interpretada por Olívia Torres, retorna após 15 anos no exterior. Acompanhada de seu namorado francês Martin, vivido por Corentin Fila, ela se depara com seu pai em coma e uma crescente tensão entre os trabalhadores da fazenda de sua família. Helô (Ana Flavia Cavalcanti), médica do vilarejo, se torna peça central à medida que a trama avança e eventos sobrenaturais desafiam a compreensão dos personagens e do público.
A premissa do filme promete uma reflexão sobre as dinâmicas de poder e controle em uma sociedade fragmentada, mas o desenvolvimento do enredo por vezes peca pela falta de clareza, deixando o espectador em busca de respostas não fornecidas. A atmosfera opressiva é bem construída, com uma fotografia que centraliza a tensão, mas a narrativa, oscilante, se perde em sua própria complexidade, por vezes, deixando o espectador em um mar de incertezas sobre as regras e rituais que regem o vilarejo retratado.
A direção é competente, embora às vezes pareça hesitante em mergulhar completamente nas águas mais profundas que o roteiro sugere. O ritmo pausado do filme é intencional, criando uma tensão que se acumula lentamente, mas que pode testar a paciência de alguns espectadores. As cenas de horror, embora eficazes, são espaçadas e podem deixar aqueles que buscam sustos constantes um tanto insatisfeitos.
Em suma, “Continente”, oscila entre o brilhantismo e a indecisão, entre a clareza e o enigma. Certamente provocará discussões e análises, se destacando pela tentativa de inovar no cinema nacional com uma proposta de terror que vai além do convencional.
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