Pacto de Redenção (por Peter P. Douglas)

            Pacto de Redenção (Knox Goes Away, 2023), longa-metragem estadunidense de suspense dramático, distribuído pela Diamond Films, estreou, oficialmente, nos cinemas brasileiros, a partir do dia 26 de outubro de 2024, com classificação indicativa 14 anos e 114 minutos de duração.

            Dirigido pelo ator Michael Keaton, é um filme que mergulha no gênero noir com uma narrativa que tenta equilibrar drama e suspense policial. A trama segue Aristóteles Knox, interpretado pelo próprio Keaton, um assassino de aluguel que enfrenta um diagnóstico de demência, enquanto tenta resolver as pendências de sua vida turbulenta. O filme marca a segunda incursão de Keaton na direção e, embora sua atuação seja sólida, sua inexperiência como diretor às vezes transparece na tela com cenas que parecem deslocadas ou desnecessariamente longas.

            O roteiro, escrito por Gregory Poirier, não oferece muitas novidades no que diz respeito à premissa do matador de aluguel com problemas de saúde, um tema já bastante explorado no cinema. No entanto, o filme tenta compensar essa familiaridade com uma subtrama envolvente e reviravoltas que mantêm o público apreensivo, apesar de a trama principal ser previsível desde o início. Al Pacino, no papel de Xavier Crane, entrega uma performance que destaca sua habilidade em retratar personagens complexos, mesmo com o tempo limitado de tela que tem no filme.

            A dinâmica entre os personagens, especialmente a relação entre Knox e seu filho Miles, interpretado por James Marsden, é um dos pontos fortes do filme. Marsden oferece uma atuação convincente, mas a química entre ele e Keaton poderia ser mais explorada para aprofundar o drama familiar que o filme tenta abordar. Marcia Gay Harden, como Ruby, a ex-esposa de Knox, e Suzy Nakamura, como a delegada Emily, também entregam boas performances, embora seus personagens não sejam tão desenvolvidos quanto poderiam.

            Em termos de ritmo, o filme sofre com inconsistências. Algumas cenas são arrastadas, enquanto outras parecem apressadas, o que pode deixar o espectador confuso quanto à direção da história. A edição poderia ser mais apurada para criar uma experiência mais coesa e imersiva. Apesar dessas falhas, o filme consegue manter um certo nível de intriga e apresenta questões interessantes sobre memória, identidade e moralidade.

            No geral, “Pacto de Redenção” é uma tentativa ambiciosa de Keaton que mostra seu potencial como cineasta. O filme tem seus momentos de brilho, principalmente devido às atuações fortes e à subtrama intrigante, mas é prejudicado por uma execução que não está à altura de seu conceito. É uma obra que provavelmente dividirá opiniões, com alguns apreciando a tentativa de misturar gêneros e outros desejando uma abordagem mais refinada tanto na direção quanto na narrativa.

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