Terrifier 3 (2024), longa-metragem estadunidense de terror, distribuído pela Diamond Films, estreia, oficialmente, nos cinemas brasileiros, a partir do dia 31 de outubro de 2024, com classificação indicativa 18 anos e 125 minutos de duração.
Continua a tradição de seus antecessores ao oferecer uma experiência de horror que divide opiniões. Dirigido por Damien Leone, mantém a estética de baixo orçamento e o excesso de gore que caracterizam a franquia, o que pode ser tanto um atrativo quanto um ponto de crítica.
A trama retoma, após o final surpreendente do filme anterior, com a personagem Victoria dando à luz a cabeça decepada de Art, algo que exemplifica a abordagem surrealista que a série adotou. A história avança com Art e Victoria se escondendo em uma casa abandonada, enquanto a protagonista Sienna lida com o trauma dos eventos passados. É então, que após cinco anos, um novo acontecimento desperta o mal durante a época natalina.
A performance física de David Howard Thornton como Art the Clown é sensacional, trazendo uma presença ameaçadora que se destaca mesmo diante do caos sangrento. Para ser ter uma ideia, mesmo sem emitir uma única palavra, é imediatamente possível saber o que Art quer transmitir, seja pelos gestos, olhares ou expressões.
O roteiro sofre com diálogos fracos e uma mitologia superficial que não se desenvolve satisfatoriamente. A decisão de ambientar a narrativa durante o Natal é um acerto visual, com cenas que subvertem a iconografia festiva de maneira criativa, mas que poderiam ser exploradas com mais profundidade por um roteiro mais habilidoso.
A inclusão de uma criança no elenco, como coprotagonista, presumivelmente para aumentar a tensão, parece um pouco forçada e não contribui significativamente para o desenvolvimento da trama ou dos personagens, apesar de ser usada como peça-chave em determinados momentos. O filme peca pelo excesso de duração, com cenas que parecem alongar a narrativa sem necessidade. Apesar de suas falhas, consegue momentos de tensão eficazes e utiliza bem os elementos de horror.
A franquia “Terrifier” tem um público fiel que aprecia seu estilo único de terror, e embora este terceiro capítulo não seja o mais forte em termos de narrativa, ele certamente entrega o que promete em termos de sustos e cenas chocantes. A direção de Leone mostra crescimento e há um interesse genuíno em ver sua evolução como cineasta, mesmo que o roteiro ainda precise de refinamento para alcançar um equilíbrio entre a carnificina e uma história coesa.
Em resumo, “Terrifier 3” é uma montanha-russa de emoções que, apesar de seus altos e baixos, mantém seu lugar no coração dos entusiastas do gênero.
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