Caindo na Real (2024), longa-metragem nacional de comédia dramática, distribuído pela Elo Studios, estreia, oficialmente, nos cinemas brasileiros, a partir do dia 24 de outubro de 2024, com classificação indicativa 10 anos e 90 minutos de duração.
Dirigido por André Pellenz, se aventura em uma sátira política audaciosa, ambientada em um Brasil futurista marcado por uma crise econômica e institucional sem precedentes. O filme segue a vida de Tina, interpretada por Evelyn Castro, cuja existência é virada de cabeça para baixo quando ela inesperadamente se torna rainha do Brasil após um golpe que restaura a monarquia no país. A premissa é inegavelmente criativa, oferecendo uma crítica mordaz aos pedidos não democráticos que ecoam em algumas esferas da sociedade brasileira.
A atuação de Belo, como Barão, o entregador pagodeiro, é uma surpresa agradável, trazendo um charme e um alívio cômico eficaz para a narrativa. Existe química entre o casal de protagonistas, o que fornece um núcleo emocional sólido para a história. No entanto, o filme às vezes luta para equilibrar seu tom entre a comédia e a crítica política, ocasionalmente deslizando para o didatismo, o que pode afastar parte do público que busca uma experiência puramente divertida.
O roteiro de Bia Crespo é perspicaz e repleto de ironias inteligentes, embora em certos momentos, a narrativa pareça um pouco forçada, como se estivesse tentando abraçar mais temas do que o formato permite. A mensagem política do filme, que emerge mais claramente no final, é uma defesa apaixonada da democracia, embora essa mensagem possa ser percebida como um tanto simplista dada a complexidade dos problemas reais que ela busca satirizar.
Em suma, “Caindo na Real”, apesar das falhas em sua execução, é uma tentativa valente de combinar entretenimento com comentário social. Para aqueles interessados em uma comédia que não tem medo de tocar em questões delicadas com um toque de pagode, este filme pode ser um bom investimento de tempo.
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