Termodielétrico (por Peter P. Douglas)

            Termodielétrico (2023), longa-metragem documental nacional, distribuído pela Embaúba Filmes, estreia, oficialmente, nos cinemas brasileiros, a partir do dia 10 de outubro de 2024, com classificação indicativa 10 anos e 72 minutos de duração.

            O documentário dirigido por Ana Costa Ribeiro, se destaca pela sua abordagem íntima e pessoal. A diretora, neta do físico Joaquim da Costa Ribeiro, mergulha na história e contribuições de seu avô para a física experimental no Brasil, particularmente sua descoberta do fenômeno termodielétrico em 1944. Uma jornada que entrelaça ciência e arte, explorando a vida e o legado de Joaquim através de uma narrativa educativa.

            A cinematografia mistura imagens de arquivo e cenas filmadas em locais significativos para a história, como plantações de carnaúbas e observatórios astrofísicos. Essas escolhas visuais enriquecem a narrativa, proporcionando uma imersão autêntica no mundo da física e na vida pessoal do protagonista. No entanto, em alguns momentos, o ritmo pode parecer lento, o que pode desviar a atenção do público menos interessado em detalhes técnicos da física.

            A trilha sonora complementa bem as imagens, com uma seleção de músicas que reflete a época e o ambiente das descobertas de Joaquim. A narração de Ana Costa Ribeiro adiciona uma camada de intimidade, embora em certos pontos possa parecer um pouco intrusiva, quase como se a diretora estivesse impondo sua perspectiva sobre os eventos, em vez de permitir que a história se desenrolasse naturalmente.

            O enredo do documentário é bem estruturado, apresentando não apenas a descoberta científica em si, mas também suas implicações filosóficas e o impacto na vida pessoal de Joaquim. Mas novamente, a narrativa poderia beneficiar-se de uma maior diversidade de vozes e perspectivas para evitar a sensação de que estamos recebendo uma única visão unilateral da história.

            Em resumo, “Termodielétrico” é um documentário que certamente atrairá aqueles interessados na interseção da ciência com a história pessoal e familiar, mas que pode não capturar a atenção de um público mais amplo devido ao seu ritmo e foco específico.

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