Selvagem (2019), longa-metragem nacional, com classificação indicativa 12 anos e 90 minutos de duração, mergulha no fervoroso debate sobre a educação pública no Brasil. Oscila entre o drama e o romance, capturando a essência de um movimento estudantil que marcou a história do país.
Dirigido por Diego da Costa, segue a jornada de Sofia e Ciro, dois estudantes de uma escola pública que se veem envolvidos em uma ocupação estudantil, um ato de resistência contra as políticas de reestruturação do ensino. A narrativa é construída sobre um roteiro colaborativo de Vinicius Cabral, Vitor Drumond e Gabriela Gois, que habilmente entrelaça as vidas pessoais dos protagonistas com o cenário político maior que os cerca.
A performance de Lucélia Santos, como uma das docentes, é um dos pontos altos do filme, trazendo experiência para a história. Ao lado dela, o rapper Rincon Sapiência faz sua estreia no cinema, entregando uma atuação que serve como um ponto de referência moral para os jovens protagonistas.
No entanto, alguns podem argumentar que o filme simplifica demais as complexidades do movimento estudantil, optando por uma narrativa mais acessível em detrimento de uma exploração mais profunda das questões políticas e sociais em jogo. Há momentos em que o filme parece tomar atalhos narrativos, possivelmente para manter um ritmo mais dinâmico, mas que acabam por diluir o impacto de algumas das suas mensagens mais críticas.
A direção de arte consegue criar um ambiente que é ao mesmo tempo familiar e carregado de simbolismo, o que ajuda a imergir o público na experiência dos personagens. A trilha sonora ajuda a construir a atmosfera necessária para cada cena, seja ela de tensão ou de triunfo.
Em resumo, “Selvagem” apesar de suas falhas, oferece uma perspectiva valiosa sobre a luta dos jovens por uma educação de qualidade. Embora possa não satisfazer aqueles que procuram uma análise aprofundada do movimento estudantil, o filme entretém o público que busca acompanhar como indivíduos buscam fazer a diferença.
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