Novo trabalho do diretor Gustavo Ribeiro, o documentário OCUPA SP faz sua estreia na 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Projeto nascido de uma ideia original da produtora Ana Cláudia Streva, o longa é um convite ao espectador para repensar sua relação com a cidade de São Paulo, uma metrópole vibrante e complexa, mas também marcada por desigualdades e segregação.
Uma produção da NÓS FILMES, o título será exibido em três sessões: na segunda-feira (21), às 20h50, no Espaço Augusta 2; na quinta-feira (24), às 16h, no Reserva Cultural 2; e terça-feira seguinte (29), no Cineclube Cortina, às 21h20.
Trazendo histórias de luta e resistência, o documentário mostra exemplos positivos de como é possível pensar a cidade de forma mais humana e gentil, como as ruas coloridas do Jardim da União, a horta comunitária das Mulheres do GAU, o caloroso teatro da Cia Mungunzá, no Centro da cidade, ou a ancestralidade preservada no Pico do Jaraguá.
Concebido em 2016, o projeto abordava, inicialmente, a ocupação da cidade de forma mais despretensiosa, focando em lazer e diversão. “No entanto, quando o financiamento foi finalmente obtido, a realidade do país e da cidade havia mudado significativamente”, explica o diretor. “Assim, o filme evoluiu para um documentário que explora a ocupação da cidade sob uma perspectiva social, enfatizando o direito de todos de usufruir e ocupar os espaços urbanos em diversos níveis”.
OCUPA SP traz em si a ideia de que a cidade deve ser para todos, mas historicamente os menos favorecidos, excluídos e marginalizados precisam lutar para poder ocupá-la. “A discussão sobre como e por que ocupar a cidade é antiga, mas recentemente se nota uma população mais aguerrida em reivindicar esses espaços. Isso ocorre muitas vezes de forma sutil, como no caso do Parque Minhocão, e em outras ocasiões, por meio de ações mais contundentes, como no Jardim União. O filme busca entender as motivações das pessoas que arregaçaram as mangas e foram lutar pelos seus direitos.”
A escolha das iniciativas de ocupação a serem retratadas foi feita coletivamente entre a produtora Ana Cláudia Streva, a pesquisadora Stela Grissoti, a roteirista Juliana Borges e o diretor. “Consideramos diversos níveis de ocupação, como moradia, alimentação saudável, cultura e lazer. Stela conduziu uma pesquisa abrangente, sugerindo pessoas e grupos espalhados pela cidade até chegarmos aos que estão no filme. Desde o início, decidimos incluir os chamados ‘especialistas’, que não estão diretamente envolvidos nos processos de ocupação, mas que atuam como analistas e comentadores dessas iniciativas”, explica Ribeiro.
O diretor ainda ressalta que foi fundamental para o longa o trabalho da fotógrafa Carol Quintanilha e do técnico de som Michel Benício, “que capturaram magistralmente as imagens e os sons não apenas dos nossos personagens, mas da cidade de São Paulo como um todo”. “Após as filmagens, o filme foi editado por Larissa Figueiredo que, durante quatro meses, me ajudou a encontrar o ritmo e as formas ideais, além de definir as sensações que queríamos transmitir. Foi, de fato, um filme realizado de maneira muito coletiva.”
Ao mostrar novas possibilidades de transformação da cidade, tornando-a acessível e proveitosa a moradores e moradoras de todas as regiões, Ribeiro confessa esperar que o filme desperte a consciência de que as pessoas podem e devem lutar pelo seu espaço na cidade. “A cidade é de todos e para todos, mas, historicamente, o controle tem estado nas mãos de poucas pessoas que decidem seu futuro, geralmente motivadas por dinheiro e privilégios. Essa situação precisa mudar”, conclui.
OCUPA SP é uma produção da NÓS FILMES.
SESSÕES NA 48ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA DE SÃO PAULO:
21/10 – Espaço Augusta 2, às 20h50
24/10 – Reserva Cultural 2, às 16h
29/10 – Cineclube Cortina, às 21h20
Sinopse:
Um convite para repensarmos nossa relação com São Paulo, uma metrópole vibrante e complexa, mas também marcada por desigualdades e segregação. Este filme nos leva a uma jornada pelas histórias de resistência e luta de grupos marginalizados, destacando suas vozes e batalhas diárias pela ocupação legítima do espaço urbano. Das ruas coloridas do Jardim da União à horta comunitária das Mulheres do GAU, do caloroso teatro da Cia. Mungunzá à ancestralidade preservada no Pico do Jaraguá, somos convidados a testemunhar a força e a resiliência dessas comunidades. Cada cena nos lembra da riqueza da diversidade e da necessidade de construirmos uma cidade mais inclusiva e justa para todos.