Exhuma (por Peter P. Douglas)

            Exhuma (2024), longa-metragem sul-coreano de terror, com classificação indicativa 12 anos e 133 minutos de duração, estreia, oficialmente, nos cinemas brasileiros, durante a 2ª edição do Koff (Korean Film Festival aka Festival de Cinema Coreano) que ocorre na cidade de São Paulo, no Reserva Cultural, entre os dias 03 e 09 de outubro de 2024.

            Dirigido e roteirizado por Jang Jae-hyun, o longa mergulha o público no coração do folclore e das crenças sul-coreanas, em uma história que segue a vida de uma família rica vivendo em Los Angeles, que ao se ver atormentada por eventos paranormais, convoca uma dupla de xamãs, Hwa Rim e Bong Gil (respectivamente interpretados por Kim Go-eun e Lee Do-hyun), para salvar seu herdeiro recém-nascido. Os xamãs descobrem que um ancestral da família lançou uma sombra escura e que para enfrentar essa maldição, será necessário buscar a ajuda de um geomante e de um agente funerário, o que os levará a um túmulo em uma vila remota na Coreia do Sul, onde uma força malévola é inadvertidamente libertada durante a exumação.

            A direção de arte e os efeitos especiais conseguiram criar um ser, sobrenatural, cuja presença é uma manifestação física das cicatrizes históricas da nação coreana. Este monstro, embora impressionante, às vezes pode parecer desconectado da sutileza que o filme tenta manter em outros aspectos de sua história.

            O roteiro sabe trabalhar as crenças e superstições locais de maneira eficaz, criando um mistério em torno do túmulo que aumenta a tensão e a curiosidade do público. No entanto, o ritmo lento do filme pode testar a paciência de grande parte do público, com o verdadeiro horror se manifestando apenas mais tarde na narrativa.

            O filme possui uma mensagem subliminar, que reflete sobre como a Coreia do Sul lida com eventos históricos traumáticos, como a invasão japonesa e a subsequente anexação do país, servindo como um lembrete de que os fantasmas do passado ainda assombram o presente.

            Em resumo, “Exhuma”, apesar de possuir alguns deslizes no ritmo e na execução, consegue ser uma experiência cinematográfica que vale a pena para aqueles dispostos a se envolver com sua narrativa complexa e atmosfera envolvente.

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