Reencarnação: Falha no Sistema (por Jeff Rocha)

Jeff Rocha

Escrito e dirigido por Adan Selec, Reencarnação: Falha no Sistema (ou The Chariot, no original) é uma mistura de ficção científica, suspense, romance e, segundo eles mesmos, comédia. Só que, honestamente, o filme não entrega bem em nenhuma dessas frentes.

A trama se perde tantas vezes que parece não saber para onde vai, ficando incompreensível e sem pé nem cabeça. A única coisa que realmente se destaca é a trilha sonora. Com um elenco de peso, incluindo o sempre talentoso John Malkovich, você se pergunta o que o fez aceitar participar de um projeto como esse.

A história gira em torno do Dr. Karn, que supervisiona o processo de reencarnação, e um jovem chamado Harrison Hardy. Harrison vira uma falha no sistema ao encontrar uma mulher que ele amou em uma vida anterior e que, de alguma forma, invade sua existência atual. Tudo se passa em um prédio estranho, cheio de moradores ainda mais estranhos. Harrison não tem consciência de suas vidas passadas, mas percebe que algo está errado através de um sonho recorrente que o atormenta.

O grande problema do filme é a confusão total que ele se propõe a ser. É como se o roteiro fosse escrito para não ser entendido. Mesmo com uma trilha sonora decente e um elenco razoável, nada consegue salvar o caos que Reencarnação entrega. Com 40 minutos de filme, você já está se perguntando: “O que está acontecendo? Que bagunça é essa?” – e essa sensação persiste até o fim.

O roteirista e diretor Adam Sigal tenta criar um mistério intrigante, mas falha em entregar algo satisfatório. O final é tão sem graça que você se sente decepcionado por ter esperado por algo mais. O filme parece não se preocupar em dar uma boa base para seus personagens ou desenvolver a história de forma sólida.

No começo, Reencarnação até parece promissor, com um clima de quebra-cabeça que mistura ação e ficção científica. Seguimos Harrison, tentando entender seu sonho recorrente e os estranhos moradores do prédio The Lafayette. A cena de abertura, com uma citação de Emily Dickinson, até dá a entender que a morte será um tema importante. Mas a partir daí, o filme só se enrola.

Ah, e vale destacar: o trailer entrega tudo. Se você viu o trailer, já viu o filme. Não há nada mais para descobrir além do que está ali.

Além disso, o filme sofre com problemas técnicos, como o áudio mal equalizado de Malkovich, que acaba ficando exagerado e desconfortável. Por outro lado, ele sugere várias tramas intrigantes que nunca são resolvidas, deixando o espectador frustrado por não receber as respostas esperadas.

Com 94 minutos de duração, Reencarnação: Falha no Sistema confunde esquisitices e cenários bizarros com algo que poderia ser interessante ou divertido. No final, ele levanta mais perguntas do que respostas, e o público fica tentando juntar as peças de um quebra-cabeça que não vale a pena montar. O investimento emocional simplesmente não compensa.

Minha nota para esse filme é 3/10.

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *