A Libertação (por Casal Doug Kelly)

(A libertação está ao alcance de todos, basta ter fé)

            A Libertação (The Deliverance, 2024), longa-metragem estadunidense de terror dramático, estreia, oficialmente, no streaming da Netflix, em 30 de agosto de 2024, com classificação indicativa 16 anos e 112 minutos de duração.

            Um dos mais recentes filmes de terror sobrenatural da Netflix, dirigido por Lee Daniels, prometia ser uma obra marcante no gênero, mas infelizmente, não cumpre o que promete. O roteiro é co-escrito por David Coggeshall e Elijah Bynum, que se basearam em uma história real – ocaso da família Ammons – onde supostas possessões demoníacas, teriam ocorrido em 2011, na cidade de Gary, em Indiana.

            O filme apresenta Ebony Jackson, interpretada pela talentosa Andra Day, uma mãe solteira que, após uma série de eventos traumáticos, muda-se com sua família para uma casa nova em Indiana, que logo se revela ser um portal para o inferno. A premissa intrigante e o elenco estelar, que inclui Glenn Close e Mo’Nique, sugeriam um potencial enorme para este filme. No entanto, o que poderia ser um marco no terror acaba se perdendo em clichês e uma narrativa fraca.

            Andra Day entrega uma performance intensa, trazendo à tona a complexidade de sua personagem com uma atuação que destaca sua humanidade e falhas. Glenn Close, por outro lado, parece estar em um filme completamente diferente, com uma interpretação exagerada que, embora roube a cena, destoa do restante do elenco. O filme começa bem, com um drama familiar entrelaçado com elementos sobrenaturais, mas rapidamente degenera em um exorcismo genérico, sem oferecer nada que já não tenhamos visto antes, e de maneira mais assustadora.

            Os sustos são previsíveis e a tentativa de criar uma atmosfera de terror é ineficaz, falhando em sustentar qualquer tensão. O terceiro ato é particularmente decepcionante, com uma queda absurda de qualidade. A direção de Daniels não consegue equilibrar os tons que deseja explorar, e o roteiro não faz justiça ao talento do elenco. O resultado é um filme que, apesar de ter muito potencial, se perde em uma execução pobre e não consegue entregar o impacto esperado de um filme de terror.

            Em resumo, “A Libertação” é uma experiência frustrante que não aproveita seu elenco talentoso nem sua premissa promissora. O filme é um lembrete de que um bom elenco e uma ideia interessante não são suficientes para fazer um bom filme de terror. É necessário um roteiro sólido e uma direção capaz de criar e manter uma atmosfera assustadora, o que infelizmente não acontece aqui. Para aqueles que buscam um filme de terror que realmente arrepie, esse provavelmente não satisfará suas expectativas.

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