Trilha sonora de Meu Casulo de Drywall usa frequências curativas para realçar debate sobre saúde mental

Em cartaz nos cinemas, filme da diretora Caroline Fioratti aborda suicídio entre jovens das grandes cidades com sensibilidade e consciência

A diretora Caroline Fioratti leva muito a sério as discussões que levanta em MEU CASULO DE DRYWALL. Desde o princípio, era nítido que seu retrato sobre os dilemas dos jovens com saúde mental e suicídio precisava ser pautado com responsabilidade e sensibilidade. Por isso, mais do que tomar cuidado para evitar qualquer tipo de romantização consultando especialistas, a cineasta se cercou de profissionais que poderiam agregar na construção dessa reflexão.

A compositora Flávia Tygel foi uma dessas pessoas. Responsável por idealizar a trilha sonora do longa, Tygel trouxe suas pesquisas sobre frequências curativas para a história em um esforço de realçar os debates trazidos em tela. Em outras palavras, seguindo o mapa traçado por Fioratti, a compositora criou um réquiem original, levando em consideração os efeitos que a reverberação e as ressonâncias que cada frequência produz no corpo, inclusive do ponto de vista emocional.

“A orquestra de cordas toca numa frequência diferente da interpretação do coro”, exemplificou Tygel. “Enquanto as cordas seguem o padrão tonal de 440hz, as vozes atuam numa região mais sombria do espectro sonoro, mais especificamente 432hz – uma das frequências curativas que desacelera os batimentos cardíacos.” Essa dicotomia foi bastante intencional. “Ela produz tanto um desconforto que se alinha à tragédia presente na narrativa, quanto serve ao propósito de se enredar à mensagem de alerta do longa”, explicou.

Imagens dos bastidores da trilha

As gravações, já disponíveis nas plataformas digitais, foram feitas na Rússia dentro de uma igreja com reverberação natural e com o coro da St. Peterburgo Studio Orchestra. Tygel acompanhou tudo remotamente, já que a trilha sonora foi toda composta e executada durante a pandemia.

Lançamento da Gullane+, MEU CASULO DE DRYWALL acompanha 24 horas na vida de moradores de um condomínio de alto padrão. A trama começa em uma grande festa na cobertura para comemorar os 17 anos de Virgínia, mas conforme a noite avança, a celebração se transforma em uma verdadeira panela de pressão, cheia de tensões e perigos. A tragédia é iminente, e todos terminarão implicados nessa trama: mãe, pai, amigos, namorados e vizinhos da aniversariante Virgínia (Bella Piero).

Em cartaz durante o Setembro Amarelo, o filme apresenta um olhar delicado e real para a juventude, sobretudo sua complexa relação com a solidão e o luto. Esta honestidade era central para Fioratti, também porque sua intenção sempre foi gerar identificação e empatia com o público. “Espero que o filme possa ser um instrumento de diálogo sobre questões como saúde mental e o adoecimento contemporâneo.”

Estrelado também por Maria Luísa Mendonça, Michel Joelsas, Mari Oliveira e Daniel Botelho, MEU CASULO DE DRYWALL é distribuído pela Gullane+

Assista ao trailer

Sinopse

Virgínia comemora os seus 17 anos com uma festa em sua cobertura. Apesar de tudo aparentemente perfeito, Virginia não consegue ignorar a ferida que cresce com o correr das horas. O dia seguinte nasce como uma tragédia que abala o condomínio. Virgínia está morta. Patrícia, sua mãe, vive o luto quase a ponto de enlouquecer. Luana se questiona se é culpada pelo destino da melhor amiga. Nicollas tenta ignorar a morte da namorada refugiando-se em sexo casual com funcionários. E Gabriel carrega o peso de um segredo e de uma arma.

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