Proibido a Cães e Italianos (por Peter P. Douglas)

(Um stop-motion produzido com histórias pessoais e coletivas)

            Proibido a Cães e Italianos (2022), longa-metragem do gênero animação, coproduzido entre Bélgica e França, distribuído pela Risi Film Brasil, estreia, oficialmente, nos cinemas brasileiros, a partir do dia 12 de setembro de 2024, com classificação indicativa 12 anos e 70 minutos de duração.

            Dirigido por Alain Ughetto, o longa é uma obra de stop motion que combina bonecos e imagens de arquivo para contar a saga da família do diretor, que migrou da Itália para a França no início do século XX. Através de um diálogo ficcional com sua avó falecida, Cesira, Ughetto busca respostas e compreensão sobre as lutas e triunfos de seus antepassados.

            A narrativa é enriquecida com memórias ancestrais e vestígios do passado, como fotografias e correspondências, que dão à história pessoal uma dimensão universal. O filme explora temas como a coragem necessária para deixar a terra natal, a união familiar para persistir diante das adversidades e o afeto que une gerações. A nonna Cesira, personificada na animação, é a guardiã das memórias familiares, transmitindo não apenas as histórias de dificuldades, mas também de amor e resiliência.

            A jornada da família Ughetto é uma representação da experiência de muitos imigrantes que vieram para as Américas naquela época, improvisando novos lares e mantendo viva a memória de onde vieram. O título do filme é inspirado em uma imagem da internet que mostra um sinal discriminatório em um café, refletindo a hostilidade enfrentada pelos imigrantes.

            Alain Ughetto não apenas conta uma história pessoal, mas também conecta essa narrativa íntima a um contexto histórico mais amplo, mergulhando nas memórias de sua própria família e na dos seus parentes. Entre a guerra e a migração, entre nascimentos e mortes, ele descobre e compartilha uma história surpreendente.

            Em resumo, “Proibido a Cães e Italianos” transcende a mera narrativa visual, se tornando um documento vivo da experiência imigratória italiana, desafiando as fronteiras entre documentário e ficção, entre memória pessoal e história coletiva. É um tributo àqueles que, como a família Ughetto, enfrentaram o desconhecido em busca de uma vida melhor.

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