Mallandro – O Errado Que Deu Certo (por Casal Doug Kelly)

Mallandro – O Errado Que Deu Certo (2022), longa-metragem brasileiro de comédia dramática, distribuído pela Downtown Filmes, estreia, oficialmente, nos cinemas, no dia 13 de junho de 2024, com classificação indicativa 12 anos e 90 minutos de duração.

É uma cinebiografia que se destaca por sua abordagem satírica e autoirônica, uma característica que se alinha bem com a persona pública de Sérgio Mallandro, o protagonista e foco do filme. Dirigido por Marco Antonio de Carvalho, o filme navega entre a comédia e o drama, explorando as nuances da vida e carreira de Mallandro com um olhar crítico, porém afetuoso.

O roteiro, coescrito por Ulisses Mattos, Sylvio Gonçalves, Pedro Antônio Paes e o próprio Mallandro, apresenta eventos reais e ficcionais que se entrelaçam para criar uma narrativa que é tanto uma reflexão sobre a fama quanto uma jornada de autodescoberta. A história segue Mallandro em um momento de crise, onde ele deve se reinventar para manter sua relevância e sustentar sua família. Este enredo oferece uma plataforma para discutir temas como a evolução da comédia, a natureza efêmera da fama e a busca por propósito além dos holofotes.

A direção de Carvalho é sensível e intencional, capturando a essência de Mallandro enquanto permite que o público veja além do personagem cômico. Há uma qualidade documental em sua abordagem, que é reforçada pela decisão de ter Mallandro interpretando a si mesmo, uma escolha que adiciona autenticidade e vulnerabilidade à performance.

O elenco de apoio, incluindo Marianna Alexandre e Guilherme Garcia, oferece uma base sólida para a atuação central de Mallandro. As participações especiais de figuras como Xuxa e Zico não apenas aumentam o apelo nostálgico do filme, mas também servem como comentários sobre a natureza interconectada da fama no Brasil. A química entre os atores é evidente, e há momentos de genuína emoção que transcendem o roteiro às vezes previsível.

Visualmente, o filme é vibrante e dinâmico, com uma direção de fotografia que reflete tanto os altos quanto os baixos da vida de Mallandro. A direção de arte de Raíza Antunes e o figurino de Rô Nascimento capturam a estética dos anos 80 e 90, imergindo o público na época em que Mallandro estava no auge de sua popularidade.

A trilha sonora, composta por Paulo Francisco Paes, é outro ponto alto, pontuando a narrativa com músicas que evocam a época e complementam o tom emocional do filme. A edição de Leonardo Gouveia mantém o ritmo ágil, alternando habilmente entre sequências cômicas e momentos mais introspectivos.

Em resumo, “Mallandro – O Errado Que Deu Certo” é uma homenagem afetuosa e uma crítica construtiva à figura de Sérgio Mallandro. O filme consegue ser divertido e tocante, oferecendo uma visão íntima de um dos personagens mais enigmáticos da cultura pop brasileira. Embora possa não apelar para aqueles que não estão familiarizados com Mallandro ou a era que ele representa, para os fãs e para aqueles interessados na natureza da comédia e da fama, o filme é uma adição valiosa ao cinema brasileiro.

Mallandro: o errado que deu certo
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