(A família é importante, ainda que derivada da ausência de vínculos sanguíneos)
Família (Famiria, 2023), longa-metragem japonês dramático, distribuído pela Sato Company, estreia, oficialmente, nos cinemas brasileiros, no dia 15 de agosto de 2024, com classificação indicativa 16 anos e 120 minutos de duração.
Dirigido por Izuru Narushima e estrelado pelo renomado ator Koji Yakusho, explora as complexidades das relações familiares e a busca por conexão em um mundo fragmentado. O filme segue a história de Seiji Kamiya, interpretado por Yakusho, um artesão de cerâmica que vive isolado nas montanhas do Japão, cuja vida é transformada pelo retorno de seu filho Gaku vindo do exterior, casado com uma ex-refugiada argelina, e pela chegada de Marcos, um brasileiro que busca sentido e pertencimento. A narrativa se desenrola abordando temas como tradição, modernidade e as nuances da imigração.
O roteiro, escrito por Kiyotaka Inagaki, se perde no caminho que pretendia seguir, criando situações inverídicas e muitas vezes sem sentido, mas que no final, se tornam esquecíveis visto a resolução que escolheu.
Koji Yakusho oferece uma atuação que se destaca, trazendo profundidade e autenticidade ao papel de Seiji, um homem dividido entre a tradição de seu ofício e o amor pelo filho. A dinâmica entre Seiji e Gaku, interpretado por Ryô Yoshizawa, é carregada de tensão não resolvida e afeto contido, uma representação verdadeira das complicações que muitas vezes permeiam as relações paternas. A inclusão de Marcos, vivido por Lucas Sagae, adiciona complexidade, destacando as experiências dos imigrantes brasileiros no Japão e a universalidade da busca por aceitação e amor.
O filme também aborda a tragédia pessoal de Gaku e sua noiva Nadia, criando um paralelo entre as lutas individuais e os desafios enfrentados pela família. Esses elementos são habilmente entrelaçados, culminando em um clímax emocional que atinge qualquer um que já tenha se sentido desconectado ou em busca de um lar.
Em suma, “Família” é um filme falho em seu roteiro e em algumas atuações constrangedoras, mas que sabe abordar bem as muitas formas que uma família pode assumir. É uma celebração da resiliência humana e da capacidade de encontrar beleza e propósito nas conexões mais improváveis.
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