De 4 a 29 de junho no CCBB SP, mostra traz temas sobre ditadura, feminismo, desigualdade e povos originários

Instagram: @primeiroplanocom | @ccbbsp | @taigafilmes
A mostra gratuita Cinema de Resistência: um olhar sobre o Brasil invisível estará disponível no Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo (CCBB SP) de 4 a 29 de junho, com a exibição de 34 obras, entre filmes e episódios de séries, da cineasta Lucia Murat. O trabalho da diretora percorre as feridas abertas da história de um Brasil recente e contará com quatro debates em torno de temáticas como ditadura, feminismo, desigualdade e povos originários. O primeiro, sobre ditadura e memória, será na abertura, às 18h, com a participação da cineasta Tata Amaral e de duas ex-presas políticas: a jornalista e escritora Amelinha Teles e a própria cineasta Lucia Murat. A mediação será feita pelo jornalista Luiz Carlos Merten.
Em um cenário de instabilidade política no Brasil e no mundo, a mostra propõe um convite à reflexão por meio das obras da cineasta e ex-jornalista, cuja filmografia entrelaça memória, experiências pessoais, ficção e realidade histórica. Ao longo de quase um mês, o público poderá assistir a 13 longas-metragens, 2 filmes de média e curta-metragem, além de 19 episódios em vídeo, organizados em quatro módulos temáticos: Ditadura e Memória, Povos Originários, Questões Femininas e Desigualdades. A programação será acompanhada por debates com artistas, ativistas e intelectuais, ampliando o diálogo proposto pelos filmes.
Lucia Murat soma 14 longas-metragens feitos exclusivamente para as salas de cinema, consolidando-se como a cineasta latino-americana com a maior produção no formato. Em grande parte desses trabalhos, assinou simultaneamente a direção, o roteiro e a produção – um feito notável e raro, mesmo entre os grandes nomes do audiovisual. Premiada em diversos festivais internacionais e nacionais, como Chicago, Miami, Huelva, Havana, Moscou, Mar del Plata, Festival do Rio, Brasília e Gramado, Lucia teve seu último filme – Hora do Recreio (2025) – laureado com a Menção Especial do Júri Jovem na Mostra Generation 14 Plus, da Berlinale de 2025, em Berlim, Alemanha. Aos 76 anos, a cineasta segue usando o audiovisual como meio de conscientização social.
“Filmar como forma de resistir. Essa parece ter sido a máxima que norteou o trabalho ininterrupto da cineasta Lucia Murat por 41 anos. Pela primeira vez, 34 produções poderão ser vistas em conjunto numa mostra no CCBB do Rio de Janeiro e São Paulo. A mostra abre a possibilidade de discussão sobre temas caros e urgentes do Brasil, como a ditadura militar de 1964, as violências contra os Povos Originários, as desigualdades sociais e questões do feminino”, comenta a curadora da mostra, Denise Costa Lopes.
Para o Centro Cultural Banco do Brasil, receber essa mostras reforça seu papel de ser um espaço de trocas e experiências que ampliam a conexão dos brasileiros com a cultura, reafirmando seu compromisso com a valorização do cinema nacional e com a difusão da arte que transforma e provoca debates sobre questões urgentes ao nosso tempo.
Este projeto conta com incentivo da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet).
Lucia Murat e os rastros do invisível: cinema, memória e resistência
A obra de Lucia é atravessada por uma série de marcas estilísticas e temáticas recorrentes: como a dissolução das fronteiras entre os formatos cinematográficos, presente desde seu primeiro longa-metragem; o enfoque na memória; a narrativa desconstruída; e a busca por trazer à tona comunidades e temas geralmente marginalizados ou silenciados.
A partir de algumas dessas características, foi possível para a curadoria organizar sua produção em quatro grandes eixos que estruturam a mostra: Ditadura e Memória, Povos Originários, Questões Femininas e Desigualdades.
A cada semana, o evento terá uma temática central para reunir as obras de Murat e direcionar o debate:
• Ditadura e Memória (4 de junho): A diretora revisita experiências vividas durante o regime militar, explorando lembranças e traumas por meio de personagens femininas e narrativas que misturam realidade e ficção.
• Povos Originários (15 de junho): Filmes que destacam a diversidade cultural indígena e o olhar respeitoso da cineasta sobre essas comunidades, suas tradições e desafios contemporâneos.
• Questões Femininas (22 de junho): O protagonismo das mulheres aparece sob diferentes perspectivas, abordando temas como maternidade, envelhecimento e relações afetivas.
• Desigualdades (29 de junho): Obras que retratam o cotidiano de pessoas em contextos de vulnerabilidade social, com foco em trajetórias humanas e potentes.
Em todos os módulos, o estilo da diretora se destaca pela combinação entre diferentes linguagens artísticas — como teatro, dança e artes visuais — e pela forma como transforma histórias individuais em retratos universais, oferecendo ao público uma experiência sensível e reflexiva. Todos os debates contam com a presença de artistas, pensadores e convidados especiais, promovendo trocas a partir das temáticas apresentadas nas sessões.
Programação completa
4/06 – Quarta-feira
14h – Memória que me contam – Longa-metragem(2012, 100 min, 14 anos)
16h – Que bom te ver viva – Longa-metragem (1989, 97min, 14 anos).
18h – Abertura e Debate: DITADURA E MEMÓRIA. Convidados: Lucia Murat, Amelinha Teles e Tata Amaral. Mediação: Luiz Carlos Merten
05/06 – Quinta-feira
14h – O Pequeno exército louco – Documentário – Média-metragem (1984, 50min, 12 anos)
16h – Uma longa viagem – Documentário – Longa-metragem (2011, 95min, 16 anos)
06/06 – Sexta-feira
14h – Quase dois irmãos – Longa-metragem (2004, 102min, 16 anos)
16h – O mensageiro – Longa-metragem (2024, 108min, 14 anos)
07/06 – Sábado
14h – Memória que me contam – Longa-metragem (2012, 100min, 14 anos)
16h – Que bom te ver viva – Longa-metragem (1989, 97min, 14 anos)
08/06 – Domingo
14h – O pequeno exército louco – Documentário, média-metragem (1984, 50min, 12 anos)
16h – Uma longa viagem – Documentário – Longa-metragem (2011, 95min, 16 anos)
09/06 – Segunda-feira
14h – Quase dois irmãos – Longa-metragem (2004, 102min, 16 anos) Sessão com acessibilidade (legenda descritiva)
16h – O mensageiro – Longa-metragem, (2024, 108min, 14 anos) Sessão com acessibilidade (legenda descritiva)
11/06 – Quarta-feira
14h – A nação que não esperou por Deus – Documentário, longa-metragem (2015, 90min, Livre)
16h – Brava gente brasileira – Longa-metragem (2000, 103min, 16 anos)
12/06 – Quinta-feira
14h – Episódios da série Vestígios do Brasil (2019, 12 anos):
Na guerra pela terra, 30min
Incendiado vivo, 30min
A morte como solução, 30min
16h –
Aprisionados, 30min
A reviravolta, 30min
18h – Episódio da série Testemunho (1992, 12 anos): Julião, 30min
13/06 – Sexta-feira
14h – Episódios da série Vestígios do Brasil (2019, 12 anos):
Terçados, facões e ferramentas, 30min
Tapajós, um projeto de morte, 30min
Açúcar com estricnina, 30min
16h –
O bicho que come cru, 30min
Em troca de um fogão, 30min
O papel aceita tudo, 30min Sessão com acessibilidade (legenda descritiva)
18h – Episódio da série Vestígios do Brasil (12 anos): Terra livre, 30min. Sessão com acessibilidade (legenda descritiva)
14/06 – Sábado
14h – A nação que não esperou por Deus – Documentário, longa-metragem (2015, 90min, Livre)
16h – Brava gente brasileira – Longa-metragem (2000, 103min, 16 anos)
15/06 – Domingo
14h – Episódio da série Testemunho (1992, 12 anos): Julião, 30min
15h – Debate: POVOS ORIGINÁRIOS. Convidados: Betty Mindlin, Lucia Helena Vitelle Rangel e Dilmar Puri. Mediação: André Lopes
17h – Episódios da série Vestígios do Brasil (2019, 12 anos)
Aprisionados, 30min
A reviravolta, 30min
Terra livre, 30 min
16/06 – Segunda-feira
14h – Episódios da série Vestígios do Brasil (2019, 12 anos):
Terçados, facões e ferramentas, 30min
Tapajós, um projeto de morte, 30min
Açúcar com estricnina, 30min
16h –
O bicho que come cru, 30min
Em troca de um fogão, 30min
O papel aceita tudo, 30min Sessão com acessibilidade (legenda descritiva)
18h –
Na guerra pela terra, 30min
Incendiado vivo, 30min
A morte como solução, 30min
18/06 – Quarta-feira
14h – Episódios da série Mulheres no Cinema (1992, 12 anos):
Carmen Santos, 30min
Gilda de Abreu, 30min
16h – Olhar estrangeiro – Documentário, longa-metragem (2005, 70min, 14 anos)
19/06 – Quinta-feira
14h – Daisy – Curta-metragem (1992, 20min, 14 anos)
16h – Em três atos – Longa-metragem (2015, 75min, 14 anos)
20/06 – Sexta-feira
14h – Episódio da série Testemunho (1992, 12 anos): Beatriz Ryff, 30min
16h – Ana. Sem título – Longa-metragem (2020, 110min, 14 anos)
21/06 – Sábado
14h – Episódio da série Mulheres no Cinema (1992, 12 anos):
Carmen Santos, 30min
Gilda Abreu, 30min
16h – Olhar estrangeiro – Documentário, longa-metragem (2005, 70min, 14 anos
22/06 – Domingo
14h- Daisy – Curta-metragem (1992, 20′, 14 anos)
15h – Debate QUESTÕES FEMININAS. Convidados: Beatriz Bracher, Iara Frateschi. Mediação: Lucia Murat
17h – Em três atos – Longa-metragem (2015, 75min, 14 anos)
23/06 – Segunda-feira
14h – Episódio da série Testemunho (1992, 12 anos): Beatriz Ryff, 30min
16h – Ana. Sem título – Longa-metragem (2020, 110min, 14 anos)
25/06 – Quarta-feira
14h – Episódio da série Testemunho (1992, 12 anos): Antônio Callado, 30min
16h – Doces poderes – Longa-metragem (1997, 93min, 16 anos) Sessão com acessibilidade (legenda descritiva)
26/06 – Quinta-feira
14h – Episódio da série Testemunho (1992, 12 anos): Abdias Nascimento, 30min
16h – Maré, nossa história de amor – Longa-metragem (2007, 105min, 16 anos)
27/06 – Sexta-feira
14h – Episódio da série Testemunho (1992, 12 anos): Apolônio de Carvalho, 30min
15h – Praça Paris – Longa-metragem (2017, 110′, 16 anos) Sessão com acessibilidade (legenda descritiva)
28/06 – Sábado
14h – Episódio da série Testemunho (1992, 12 anos): Antônio Callado, 30min
15h – Praça Paris – Longa-metragem (2017, 110′, 16 anos)
17h – Doces poderes – Longa-metragem (1997, 93min, 16 anos)
29/06 – Domingo
14h – Episódio da série Testemunho (1992, 12 anos): Abdias Nascimento, 30min
15h – DEBATE DESIGUALDADES. Convidados: Marisa Orth, Lucilene Reginaldo. Mediação: Lucia Murat
17h – Maré, nossa história de amor – Longa-metragem (2007, 105min, 16 anos)
SERVIÇO
Mostra “Cinema de Resistência: um olhar sobre o Brasil invisível”
Período: 4 a 29 de junho de 2025
Local: Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
Endereço: Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico – SP
Entrada Gratuita: Ingressos disponíveis 1 hora antes de cada sessão na bilheteria do CCBB e em bb.com.br/cultura
INFORMAÇÕES CCBB SP:
Funcionamento: Aberto todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças
Contato: (11) 4297-0600 | E-mail: [email protected]
Estacionamento: O CCBB possui estacionamento conveniado na Rua da Consolação, 228 (R$ 14 pelo período de 6 horas – necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB).
O traslado é gratuito para o trajeto de ida e volta ao estacionamento e funciona das 12h às 21h.
Van: Ida e volta gratuita, saindo da Rua da Consolação, 228. No trajeto de volta, há também uma parada no metrô República. Das 12h às 21h.
Transporte público: O CCBB fica a 5 minutos da estação São Bento do Metrô. Pesquise linhas de ônibus com embarque e desembarque nas Ruas Líbero Badaró e Boa Vista.
Táxi ou Aplicativo: Desembarque na Praça do Patriarca e siga a pé pela Rua da Quitanda até o CCBB (200 m).
Entrada acessível CCBB SP: Pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e outras pessoas que necessitem da rampa de acesso podem utilizar a porta lateral localizada à esquerda da entrada principal.
bb.com.br/cultura
instagram.com/ccbbsp | facebook.com/ccbbsp | tiktok.com/@ccbbcultura