
Betânia (2024), longa-metragem nacional dramático, distribuído pela O2 Play, estreia, oficialmente, nos cinemas brasileiros, a partir do dia 08 de maio de 2025, com classificação indicativa 12 anos e 122 minutos de duração.
O cinema brasileiro tem uma longa tradição de explorar narrativas que dialogam com a identidade cultural do país, e “Betânia”, dirigido por Marcelo Botta, é um ótimo exemplo dessa abordagem. O filme mergulha na jornada de uma mulher que retorna às suas raízes em meio às paisagens imponentes dos Lençóis Maranhenses.
Após perder o marido, Betânia, uma matriarca de 65 anos, é convencida por suas filhas a retornar à sua cidade natal, onde ainda vivem seus parentes. A vila, situada nas dunas do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, representa um choque entre passado e presente, tradição e modernidade.
Ao longo da trama, Betânia precisa se adaptar a uma nova realidade, abandonando sua vida simples e sem eletricidade para enfrentar desafios como conflitos familiares, dificuldades econômicas e a luta pela preservação da identidade cultural. A música tradicional do Maranhão, especialmente o “Bumba Meu Boi”, permeia a narrativa, funcionando como um elo entre gerações e um símbolo da resistência cultural.
O filme conta com um elenco desconhecido, porém talentoso que dá vida aos personagens. Diana Mattos como Betânia; Tião Carvalho como Ribamar; Caçula Rodrigues como Tonhão; Nádia D’Cássia como Vitória; Ulysses Azevedo como Antonio Filho; Michelle Cabral como Irineusa; Vitão Santiago como Xambim e Enme Paixão como DJ Kaya.
Marcelo Botta, em sua estreia na direção de longas-metragens, constrói um filme que equilibra realismo e poesia visual. A cinematografia de Bruno Graziano captura a grandiosidade dos Lençóis Maranhenses, contrastando a vastidão das dunas com a intimidade dos dramas pessoais.
A trilha sonora, composta por nomes como Marcelo Botta, Tião Carvalho entre outros músicos locais, reforça a conexão entre os personagens e suas raízes culturais. O filme evita uma estrutura narrativa convencional, optando por uma abordagem mais episódica e sensorial, permitindo que o espectador mergulhe na atmosfera do Maranhão.
Em resumo, “Betânia” é uma obra que ultrapassa o drama familiar para se tornar um retrato poético da identidade brasileira. Com uma direção sensível, atuações autênticas e uma boa estética visual, o filme é uma boa escolha para quem busca uma experiência cinematográfica culturalmente rica.