
Novo thriller de François Ozon (Verão de 85) retrata uma avó afetuosa cuja pacata vida no campo oculta segredos do passado
Considerado um dos cineastas mais importantes do cinema francês moderno, François Ozon é reconhecido internacionalmente por seus filmes “Verão de 85” (2020), “8 Mulheres” (2002) e “Swimming Pool: À Beira da Piscina” (2003). Agora, o diretor retorna com o thriller QUANDO CHEGA O OUTONO, que estreia nos cinemas brasileiros em 27 de março, com distribuição da Pandora Filmes.
Em QUANDO CHEGA O OUTONO, as amigas e vizinhas de longa data Michelle e Marie-Claude desfrutam de um estilo de vida tranquilo após a aposentadoria, em um pitoresco vilarejo da Borgonha. Michelle está ansiosa para passar o verão com seu neto, Lucas, mas sua estadia é cancelada quando Michelle acidentalmente serve cogumelos venenosos à sua filha, mãe do garoto. Entre relações familiares conturbadas e um mistério que se desenrola silenciosamente, Michelle precisará confrontar suas próprias sombras.
Vencedor do Prêmio do Júri de Melhor Roteiro no Festival Internacional de Cinema de San Sebastián em 2024, o longa também rendeu a Pierre Lottin a Concha de Prata de Melhor Ator Coadjuvante. Além disso, o filme integrou a competição pela Concha de Ouro, principal prêmio de San Sebastián, e foi exibido no Festival Internacional de Cinema de Toronto.
Conhecido por explorar suspense e tensão sexual em seus filmes, que emergem conforme os personagens enfrentam dilemas morais, Ozon comenta sobre a abordagem em QUANDO CHEGA O OUTONO: “Optei por deixar elementos fora de cena, sugerir mais do que mostrar, permitindo que o público interpretasse por si só”. Ele explica: “Muitas vezes, nossos desejos ocultos se realizam sem que tenhamos controle sobre eles”.
Mas, para além da áurea de mistério habitual em seus roteiros, o diretor indica que a proposta de QUANDO CHEGA O OUTONO era retratar a terceira idade para além dos clichês Hollywoodianos: “O desejo inicial era, antes de tudo, filmar atrizes mais velhas. Mostrar a beleza das rugas em seus rostos, marcas do tempo e de suas experiências de vida. Fico chocado ao ver como isso está desaparecendo das telas e da sociedade”. Ozon continua: “A sociedade tende a idealizar os idosos, esquecendo que eles também têm um passado complexo, uma sexualidade, um inconsciente”.
François Ozon volta a trabalhar com Hélène Vincent e Josiane Balasko, com quem colaborou em “Graças a Deus” (2018). Em QUANDO CHEGA O OUTONO, elas interpretam Michelle e Marie-Claude, vizinhas e amigas há décadas. A relação entre as duas é central para a narrativa. Enquanto Michelle lida com o afastamento de seu neto e segredos de seu passado, Marie-Claude enfrenta uma culpa persistente em relação ao filho, Vincent, que acaba de sair da prisão. O diretor também se encontra novamente, após mais de 20 anos, com a atriz Ludivine Sagnier, que protagonizou seu longa de sucesso “Swimming Pool: À Beira da Piscina”. No novo filme, ela interpreta Valérie, uma mulher de 40 anos que carrega traumas mal resolvidos. “Foi emocionante reencontrá-la e filmá-la nesse papel”, comenta o diretor. A personagem dela, filha de Michelle, adiciona novas camadas ao drama familiar e ao suspense do filme.Com um elenco experiente e um roteiro que mistura drama e suspense, QUANDO CHEGA O OUTONO reafirma a capacidade de Ozon de explorar a complexidade das relações humanas. O filme chega aos cinemas brasileiros em 27 de março, distribuído nacionalmente pela Pandora Filmes.
Sinopse
Em um bucólico vilarejo da Borgonha, Michelle e Marie-Claude, amigas e vizinhas de longa data, desfrutam de um estilo de vida tranquilo após a aposentadoria. Michelle está ansiosa para passar o verão com seu neto, Lucas. Mas a estadia é cancelada após ela servir cogumelos venenosos à sua filha Valérie, mãe do garoto, o que abala ainda mais a relação marcada por traumas e segredos do passado. Desolada, Michelle começa a se sentir menos solitária quando o misterioso filho de Marie-Claude sai da prisão.
Ficha Técnica
Duração: 102min
Direção: François Ozon
Roteiro: François Ozon, com a colaboração de Philippe Piazzo
Diretor de Fotografia: Jérôme Alméras
Som: Brigitte Taillandier
Montagem de Som: Julien Roig
Mixagem: Jean-Paul Hurier
Montagem: Anita Roth
Direção de Arte: Christelle Maisonneuve
Figurino: Pascaline Chavanne
Casting: Anaïs Duran
Produção Executiva: Aude Cathelin
Assistente de Direção: Marion Dehaene
Trilha Sonora: Evgueni & Sacha Galperine
Produção: Foz
Elenco Principal
Hélène Vincent (Michelle)
Josiane Balasko (Marie-Claude)
Ludivine Sagnier (Valérie)
Pierre Lottin (Vincent)
Garlan Erlos (Lucas)