Imaculada (por Rodrigo Coli)

Sydney Sweeney produz e protagoniza este longa de terror que explora seu potencial como atriz, confrontando segredos e forças perversas que questiona o fato dela ser a IMACULADA.

O suspense submerso na imagética cristã é o catalisador de indagações sobre a Igreja Católica, liberando jump scares fracos em meio à tentativa de criticar o sistema dessa Instituição milenar.

Propondo um debate em cima do fanatismo religioso e de como utilizam da fé para normalizar práticas machistas, perde-se em sua proposta com sustos poucos inspirados, faltando originalidade em sua história.

As ideias criativas envolto da ritualística católica caem na previsibilidade do roteiro, atrapalhando o ritmo do filme, surgindo um sentimento apático, desaguando em um marasmo de soluções batidas, apostando tudo o que tem em um final acachapante.

Apelando para a violência gráfica a fim de chocar, mostra que perdeu as rédeas de seu subtexto, não conseguindo desenvolver a ideia de que a mulher pode controlar seu próprio corpo e não seguir o que a sociedade a impõe.

Em contradição ao que se propõe, peca em sensualizar o corpo da personagem principal mesmo em cenas com teor religioso, causando antipatia ao que se vê, desprezando o que já havia sido estabelecido.

Em uma degradação interna dos conspiracionistas, busca a quebra da inocência em prol da sobrevivência. Apesar do frescor de trabalhar de forma poderosa as iconografias, acaba as levando à lugar algum.

Posicionando seus ideais somente no final, resume-se na memória de quem assiste só seus últimos três minutos em plano sequência muito bem filmados, implorando por sua atenção por ser polêmico a fim de te fazer esquecer o que realmente é: preguiçoso e subdesenvolvido.

Título original: Immaculate (2023)
Longa-metragem coprodução: Estados Unidos, Itália
Classificação Indicativa: 18 anos
Duração: 89min
Gênero: Terror
Direção: Michael Mohan
Roteiro: Andrew Lobel
Elenco Principal: Sydney Sweeney, Simona Tabasco, Álvaro Morte

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